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Sánchez diz que governo cumpriu responsabilidades nas inundações

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  • Luanda • Quarta, 27 Novembro de 2024 | 11h54
Pedro Sánchez Pérez-Castejón, Primeiro Ministro de Espanha
Pedro Sánchez Pérez-Castejón, Primeiro Ministro de Espanha
Foto Divulgação

Madrid - O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, defendeu hoje que o seu Governo cumpriu com todas as suas responsabilidades nas inundações de 29 de Outubro, pedindo uma comissão de inquérito parlamentar à gestão da catástrofe.

Sánchez esteve hoje pela primeira vez no parlamento nacional para esclarecer a gestão do Governo central de Espanha nas inundações na região de Valência, em que morreram mais de 200 pessoas, segundo a AFP.

"Os dados elaboraram-se, os avisos emitiram-se, a informação chegou a todas instituições competentes. Outra coisa é perguntar o que se fez com essa informação", disse Sánchez aos deputados.

Antes de sublinhar que "os organismos dependentes do Governo de Espanha cumpriram com seu dever" e "fizeram bem o seu trabalho".

O primeiro-ministro espanhol lembrou que Espanha está organizada em regiões autónomas e que são estas que têm a tutela da protecção civil.

Ao Estado central, cabe gerar e partilhar toda a informação meteorológica e sobre caudais de rios necessária para que as autoridades regionais possam tomar decisões, assim como disponibilizar todos os meios que sejam solicitados pelos governos autonómicos.

"O Governo de Espanha cumpriu com estas responsabilidades? A resposta é que sim, que o fez, e que o fez desde o primeiro momento e vai continuar a fazê-lo pelo tempo que for necessário para a reconstrução das zonas afectadas", afirmou.

Depois de apresentar dados com centenas de comunicações, alertas gerados por diversos organismos tutelados pelo Governo espanhol e meios humanos e materiais enviados pelo Estado central para Valência.

"Se querem procurar culpados, façam-no. Mas não assinalando os servidores e servidoras públicas que cumpriram com o seu dever", insistindo em que organismos tutelados pelo Estado como agência nacional de meteorologia (Aemet) ou as confederações hidrológicas fazem um trabalho técnico, baseado na ciência.

Para Sánchez, "o sistema não falhou e o sistema autonómico não falhou", com a arquitectura desenhada em Espanha a seguir "os parâmetros defendidos pelos especialistas".

E por outros países europeus ou da América do Norte que atribuem "grande protagonismo" às administrações locais e regionais, por serem as que conhecem o terreno e os recursos.

"Penso que o Estado autonómico não falhou, que o sistema não falhou. Falharam algumas das suas peças e sobretudo algumas pessoas em posições muito elevadas que não estiveram à altura das suas responsabilidades", disse o socialista Pedro Sánchez.

Sánchez disse que "haverá tempo de sobra para falar deste assunto", assegurou estar desejoso de o fazer e de apurar as responsabilidade e defendeu que seja criada uma comissão de inquérito no parlamento espanhol.

O primeiro-ministro garantiu que ele próprio participará nos trabalhos da comissão que vier a ser constituída e revelou que o Conselho de Ministros aprovará um "relatório exaustivo" sobre as inundações, com "dados em bruto", que disponibilizará aos deputados.

Sánchez disse ser necessário "aprender com esta tragédia", que "os responsáveis terão de assumir a sua culpa" e que embora o sistema de protecção civil em Espanha obedeça "aos princípios correctos", pode ser melhorável.

Para Sánchez, entre as lições que todos têm de aprender com estas inundações, está também o de que "as alterações climáticas matam" e de que é necessário "levar a sério esta ameaça" e tê-la em conta nos planos de reconstrução das zonas afectadas e em obras e planos de prevenção do futuro na generalidade do território.

A gestão das inundações de 29 de Outubro abriram uma troca de acusações entre o governo central de Espanha e as autoridades regionais, com o governo valenciano a queixar-se de ter recebido informação "tardia e inexacta" de organismos nacionais.

O Governo de Sánchez tem sido também criticado pela oposição por não ter retirado às autoridades autonómicas a tutela da gestão da catástrofe no terreno, atendendo às queixas das populações de terem sido avisadas demasiadas tarde em relação ao temporal e de falhas na assistência no terreno. GAR





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