Rússia vê disponibilidade do Vaticano para intensificar esforços de paz

     Mundo           
  • Luanda     Sexta, 30 Junho De 2023    14h32  

Moscovo - O conselheiro presidencial russo para os Assuntos Internacionais, Yuri Ushakov, destacou hoje, em Moscovo, a vontade do Vaticano em intensificar a sua contribuição para a procura de uma solução para o conflito armado com a Ucrânia.

Ushakov voltou a reunir-se hoje com o enviado do Papa Francisco para a paz na Ucrânia, o cardeal Matteo Zuppi, que lhe indicou que iria informar pessoalmente o sumo pontífice sobre as "impressões sobre as negociações em Moscovo".

De acordo com o conselheiro russo, o Presidente Vladimir Putin será igualmente informado sobre o conteúdo das conversações mantidas com o cardeal.

"O cardeal e eu voltámos a encontrar-nos hoje para resumir os resultados da sua estada em Moscovo, sobretudo porque o cardeal foi recebido pelo patriarca Cirilo e também pela comissária para os Direitos da Criança, Maria Lvovo-Belova. Ambos os contactos foram muito úteis", disse Ushakov à agência noticiosa estatal russa Interfax.

O conselheiro presidencial afirmou que houve uma "troca útil de pontos de vista" com o enviado de Francisco e considerou a missão de Zuppi "um indicador de que o Vaticano gostaria de intensificar a contribuição para uma possível solução da situação na Ucrânia".

"Não foram expressas ideias específicas. (Mas o cardeal) deixou claro que o Vaticano vê uma área bastante lógica para os seus esforços humanitários, a troca de civis detidos e a deslocação de crianças. Demonstrou um desejo, que é muito importante, de despolitizar todas as questões humanitárias e expressou um voto sincero de ajudar as pessoas em dificuldades", sublinhou Ushakov.

"Em princípio, apoiamos esta atitude do representante do Papa", sublinhou Ushakov, para quem a Rússia "aprecia a posição equilibrada e equidistante do Vaticano" sobre a guerra na Ucrânia.

O conselheiro de Putin esclareceu que não foram fixadas datas específicas para novos contactos e que essa possibilidade será analisada depois de ambas as partes terem informado os respetivos líderes sobre a forma como se poderá continuar a coordenar o trabalho conjunto no domínio humanitário.

As mesmas informações estão contidas num comunicado divulgado hoje pelo Vaticano, que lembra que Zuppi também esteve há três semanas em Kiev e que, depois da visita a Moscovo, vai dar conta a Francisco sobre quais os passos que se poderão seguir, nomeadamente a nível humanitário e na procura de soluções para a paz.

A nota informativa do Vaticano não avalia os resultados da missão de Zuppi a Kiev e a Moscovo e limita-se a recordar os encontros que o cardeal manteve durante a sua visita de dois dias à capital russa, frisando "o objetivo de identificar iniciativas humanitárias que possam abrir caminhos para a conquista da paz".

Sobre os encontros com Ushakov e Lvova-Belova, o comunicado da Santa Sé destaca que as conversações tiveram como ponto forte o aspecto humanitário da iniciativa, bem como a necessidade de alcançar a paz.

A visita do cardeal a Moscovo ocorreu três semanas depois de Zuppi ter estado em Kiev, onde se encontrou com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que reiterou que não aceitaria qualquer cessação das hostilidades sem uma retirada russa dos seus territórios.

As perspectivas de mediação, refere a agência noticiosa France-Presse (AFP), são actualmente escassas, uma vez que, por um lado, a Rússia insiste que é Kiev que não quer negociar e, por outro, continua a reiterar que Zelensky deve aceitar a "situação real" no terreno, que inclui a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014 e a de mais quatro regiões em 2022: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, onde se situa a central nuclear homónima, a maior da Europa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, garantiu recentemente numa entrevista que a Rússia não abandonará os objetivos da chamada "operação militar especial" na Ucrânia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de Fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).DSC



Tags



Fotos em destaque

ECOAngola lança projecto ambiental “60min ECO”

ECOAngola lança projecto ambiental “60min ECO”

Domingo, 19 Maio De 2024   08h05

Telemedicina reduz evacuações no hospital do Cuvango

Telemedicina reduz evacuações no hospital do Cuvango

Domingo, 19 Maio De 2024   07h57

Huíla declara fim da peste suína e levanta cerca sanitária à Humpata

Huíla declara fim da peste suína e levanta cerca sanitária à Humpata

Domingo, 19 Maio De 2024   07h53

Estudantes da UJES do Huambo inventam dispositivo de segurança de recém-nascidos

Estudantes da UJES do Huambo inventam dispositivo de segurança de recém-nascidos

Domingo, 19 Maio De 2024   07h50

Mais de cem alunos do Liceu Eiffel beneficiam de bolsas externas no Cunene

Mais de cem alunos do Liceu Eiffel beneficiam de bolsas externas no Cunene

Domingo, 19 Maio De 2024   07h47

Sector da Saúde vai admitir mais de 900 profissionais no Cuanza-Sul

Sector da Saúde vai admitir mais de 900 profissionais no Cuanza-Sul

Domingo, 19 Maio De 2024   07h43

Vila do Calai (Cuando Cubango) celebra 62 anos com foco no turismo transfronteiriço

Vila do Calai (Cuando Cubango) celebra 62 anos com foco no turismo transfronteiriço

Domingo, 19 Maio De 2024   07h38

Estabilização do Morro do Tchizo resolve problema de inundação em Cabinda

Estabilização do Morro do Tchizo resolve problema de inundação em Cabinda

Domingo, 19 Maio De 2024   07h33

Projecto “Melhora da Segurança Alimentar” forma mais de mil camponeses no Bengo

Projecto “Melhora da Segurança Alimentar” forma mais de mil camponeses no Bengo

Domingo, 19 Maio De 2024   07h27

Iona renasce como potencial turístico

Iona renasce como potencial turístico

Sábado, 18 Maio De 2024   18h20


+