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Rússia testa míssil balístico intercontinental

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  • Luanda • Quarta, 12 Abril de 2023 | 10h41
Rússia: Vista parcial do edifício do Kremilim em Moscovo
Rússia: Vista parcial do edifício do Kremilim em Moscovo
Divulgação

Moscovo - O Ministério da Defesa da Rússia anunciou hoje ter lançado um míssil balístico intercontinental a partir de uma base militar no sul do país, situada a menos de 500 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, anuncia agência Reuters.

"Em 11 de Abril de 2023, uma equipa de combate das Forças de Mísseis Estratégicos lançou com sucesso um míssil balístico intercontinental a partir de um sistema móvel de mísseis terrestres" na base de Kapustin Yar, na região de Astrakhan, pode ler-se no comunicado.

O ministério indicou que o objectivo do lançamento foi testar equipamentos avançados de combate, confirmar a exactidão do desenho da rota de voo e das soluções técnicas utilizadas no desenvolvimento de novos sistemas de mísseis.

Na mesma nota referiu-se que "o lançamento foi concluído na sua totalidade", depois do míssil, lançado junto ao mar Cáspio, ter atingido o alvo, num campo de treino militar em Sary Shagan, no Cazaquistão, a cerca de três mil quilómetros de distância.

Entretanto, a Rússia anunciou ter abatido um míssil norte-americano de longo alcance GLSDB, situação que Moscovo encarou como a primeira confirmação da entrega deste armamento à Ucrânia que o considera crucial para desencadear a sua próxima contra-ofensiva.

A Ucrânia não forneceu qualquer indicação sobre a entrega destes engenhos por Washington.

O anúncio russo ocorre um dia após a confirmação da entrega de blindados britânicos, norte-americanos e alemães às forças ucranianas, veículos que Ucrânia considera essenciais para concretizar as suas ambições de reconquista militar.

"A defesa anti-aérea (...) abateu 18 foguetes do sistema Himars e um míssil teleguiado GLSDB", indicou o Ministério da Defesa russo, num comunicado, numa referência a estes engenhos teleguiados com um alcance de até 150 quilómetros, prometidos pelos Estados Unidos a Kiev no início de Fevereiro.

Os GLSDB ("Ground Launched Small Diameter Bomb") são engenhos de pequeno diâmetro e de alta precisão fabricados pela Boeing (norte-americana) e pela Saab (sueca).

Podem deslocar-se até 150 quilómetros e ameaçar as posições russas, em particular os depósitos de munições, localizados longe da linha da frente.

"A precisão dos GLSDB é tão elevada que na sua trajectória podem atingir o pneu de uma viatura", afirma a Saab na sua página na Internet.

A Ucrânia insistiu na necessidade de utilizar estas munições para destruir as linhas de abastecimento russas e compensar desta forma o seu défice em homens e munições, na perspectiva da sua contra-ofensiva para repelir as forças de Moscovo que ocupam uma vasta área do sul e leste da Ucrânia.

A entrega ao exército ucraniano em Junho de 2022 dos sistemas de lança-foguetes móveis de alta precisão Himars, com munições com um alcance de 80 quilómetros, permitiu à Ucrânia fustigar a retaguarda do exército russo e concretizar as contra-ofensivas no sul e nordeste do país entre Setembro e Novembro.

Em resposta à ameaça dos Himars, as forças russas recuaram as suas linhas de abastecimento, afastando designadamente da frente as suas reservas de munições.

Os ocidentais manifestaram de início reticências em fornecer sistemas de maior alcance, por recearem que atingissem território russo e provocassem uma escalada.

Por sua vez, Kiev prometeu em diversas ocasiões que apenas seriam atingidos alvos em território ocupado.

Face às campanhas de ataques massivos lançados nos últimos meses sobre cidades e infra-estruturas ucranianas, os Estados Unidos anunciaram finalmente em 03 de Fevereiro que iriam fornecer os GLSDB à Ucrânia.

No entanto, o calendário de entrega não foi anunciado, com diversas fontes a indicarem que seriam necessários vários meses.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de Fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas. GAR





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