Moscovo - A gigante russa Gazprom suspendeu hoje (quarta-feira) o fornecimento de gás à Alemanha, e consequentemente à Europa, através do gasoduto Nord Stream 1, que faz a ligação entre a Rússia e Alemanha até dia 3 de Setembro, informou a Lusa.
A suspensão "de forma temporária" é justificada com trabalhos de manutenção na única turbina que bombeia o gás na infra-estrutura, que se encontra localizada na estação de Porto Vaya.
A interrupção começou às 04h00, horário de Moscovo (02h00 em Angola), de acordo com dados fornecidos no site da Nord Stream, a empresa que opera o gasoduto.
Os trabalhos serão realizados em conjunto com especialistas da Siemens. Quando a manutenção for concluída, o bombeamento de gás será restabelecido na totalidade.
Refira-se que a Rússia tem vindo a reduzir gradualmente o volume de fornecimento de gás através do Nord Stream sob pretexto de problemas técnicos e necessidade de reparação de equipamentos do gasoduto. No entanto, esta pode ser uma estratégia para pressionar o Ocidente.
O chefe da Rede Federal de Energia da Alemanha, Klaus Mueller, disse que os trabalhos de manutenção são "tecnicamente incompreensíveis" e que só podem ser entendidos como um gesto "punitivo" contra Berlim pelo apoio prestado à Ucrânia desde a invasão russa.
Para a Alemanha trata-se de "cortes políticos" provocados propositadamente para fazer aumentar os preços da energia. A Rússia reduziu cerca de um terço do abastecimento à Alemanha.
O governo de Berlim disse na semana passada que a redução demonstra que o país não pode confiar no abastecimento russo anunciando a preparação de medidas sobre um "novo tipo" de armazenamento de gás.
A Europa continua a lutar contra o aumento dos custos da energia para famílias e empresas e prevê um corte total da energia russa em breve. Por esse motivo, a Europa tenta encontrar alternativas ao fornecimento russo o mais cedo possível para garantir reservas para o próximo inverno.
Desde o início da guerra na Ucrânia, que começou a 24 de Fevereiro, a Rússia tem reagido às sanções dos países ocidentais com cortes nos fornecimentos de gás, alegando problemas técnicos ou alterações contratuais relativamente ao pagamento na moeda russa, o rublo.