Moscovo - A Rússia declarou hoje esperar que a crise política na Coreia do Sul, causada pela breve imposição da lei marcial na terça-feira, não desestabilize toda a península coreana, informou o site Noticias ao Minuto.
"Estamos a acompanhar com preocupação os trágicos acontecimentos que ocorrem na Coreia do Sul e esperamos que não afectem a situação sócio-política na península coreana como um todo", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, durante uma conferência de imprensa.
Na sequência do seu ataque à Ucrânia lançado em 24 de Fevereiro de 2022, Rússia aproximou-se significativamente da Coreia do Norte, país que é inimigo da Coreia do Sul e do seu aliado Estados Unidos.
Já o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, saudou hoje a decisão do Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, de levantar a lei marcial decretada na terça-feira no país, apelando ainda ao respeito ao estado de direito.
Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para "erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional" das actividades "anti-estatais", tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).
Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.
O PD anunciou que vai apresentar esta quinta-feira uma moção de censura ao Presidente, depois de os partidos da oposição terem ameaçado iniciar um processo de destituição contra o chefe de Estado se este não se demitisse.
A declaração de lei marcial de Yoon é uma clara violação da Constituição. É um grave ato de rebelião e uma razão perfeita para um julgamento político", lê-se num comunicado emitido pelo referido partido.
Acrescentando que o líder "não cumpriu com nenhum dos requisitos" estipulados pela Constituição para declarar a lei marcial.
Até ao momento, pelo menos 10 conselheiros do Presidente demitiram-se, incluindo o seu chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O conselheiro de segurança nacional, Shin Won-sik, e o chefe do gabinete presidencial para as políticas, Sung Tae-yoon, também apresentaram as suas demissões. CQ/GAR