Paris - A Rússia é hoje o principal inimigo de França "na guerra de informação, de agressividade", declarou terça-feira o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin.
Perante a comissão senatorial das Leis, o ministro, que comentava a recrudescência dos actos anti-semitas, evocou as "ingerências estrangeiras", sublinhando que "a primeira ameaça é uma ameaça russa, incontestavelmente".
Darmanin regressou ao assunto das estrelas de David pintadas em imóveis da região parisiense e em Paris, em Outubro de 2023, para repetir que resultam da actividade de intermediários russos, considerando que eram uma ilustração deste tipo de "ingerência".
"É uma forma de espionagem 2.0, 3.0 e que temos de combater, porque acredito que o pior desta forma é não conhecermos a origem destes ataques, que sofremos no nosso solo", acrescentou o ministro.
Na semana passada, uma fonte próxima do dossier tinha afirmado à Agência France Presse que esta operação das estrelas de David pintadas tinha sido dirigida pelo Serviço de Informações Russo (FSB), confirmando uma informação avançada pelo jornal Le Monde.
Neste caso, um casal de moldavos foi interpelado e o alegado mandante, um empresário moldavo pró-russo, identificado.
A França tinha condenado em Novembro uma "ingerência digital russa", denunciando o papel de uma rede russa na "amplificação artificial e na difusão nas redes sociais de fotos das estrelas de David".
O ministro acrescentou que a Rússia não se limita à França nesta "guerra de informação, de agressividade", salientando que "muitos territórios ocidentais" são visados.
Especificou ainda que a Federação Russa "não é a única" a praticar estas ingerências. "Há outras potências asiáticas que fazem este tipo de acção", assegurou. CNB/GAR