Moscovo - Os serviços secretos britânicos consideraram esta quarta-feira que a Rússia alterou nos últimos dias a estratégia de tentar destruir infra-estruturas de energia e concentrou os ataques na indústria de defesa ucraniana.
A Rússia "aumentou a intensidade das operações com mísseis de longo alcance" nos últimos dias, tendo como principal alvo a indústria de defesa ucraniana, disse o Ministério da Defesa britânico.
Esta estratégia "contrasta com os grandes ataques do inverno passado, em que a prioridade era atingir as infra-estruturas energéticas ucranianas", afirmou o ministério, citado pela agência espanhola Europa Press.
Os analistas britânicos disseram que a Rússia parecia ter reiniciado a campanha contra instalações energéticas da Ucrânia no início de Dezembro de 2023.
As novas operações contra a indústria de defesa da Ucrânia "sugerem, pelo menos, uma mudança temporária na abordagem da Rússia à utilização de ataques de longo alcance", consideraram.
Os serviços secretos britânicos afirmaram que os militares russos "reconhecem quase de certeza a importância crescente de uma relativa capacidade da indústria de defesa" da Ucrânia, "à medida que se preparam para uma longa guerra".
A avaliação do Ministério da Defesa britânico foi divulgada num contexto de aumento dos ataques com mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e 'drones' (aviões sem tripulação) por parte das forças armadas russas.
Os ataques visaram várias partes da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, e cidades no oeste e no centro do país.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da vizinha Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra sem fim à vista e com um balanço de vítimas por determinar.
A Ucrânia tem contado com apoio financeiro e em armamento de aliados ocidentais, que também têm decretado sanções económicas contra Moscovo para tentar diminuir a capacidade russa de financiar a guerra.
O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Alexei Danilov, disse no final de Dezembro que a indústria de defesa pública e privada tem estado a trabalhar em pleno desde a invasão russa.
Segundo Danilov, o trabalho realizado desde então resultou em progressos significativos.
"Não estamos a ficar para trás. As armas de que dispomos irão surpreender o mundo", afirmou, na altura.
Danilov disse também que a produção de armas pela indústria ucraniana conta com a cooperação internacional.
"Este país não está sozinho (...) a produção conjunta dos fornecimentos e componentes necessários para alcançar a vitória na frente já está em curso", acrescentou. MOY/JM