Moscovo - O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, admitiu hoje dificuldades nas consultas com o Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) sobre a criação de uma zona de protecção em torno da central nuclear de Zaporíjia.
A instalação nuclear ucraniana está sob o controlo das forças russas que voltaram a invadir a Ucrânia em Fevereiro do ano passado. "O processo negocial não é simples", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, numa entrevista que foi publicada, esta segunda-feira, pela agência de notícias oficial russa RIA Novosti.
Mesmo assim, Riabkov sublinhou que, "durante os contactos" seria um "erro divulgar informações sobre os possíveis parâmetros da zona de protecção da central nuclear de Zaporíjia".
"O nosso objectivo é fazer tudo o que é necessário para evitar ataques ucranianos e prevenir um desastre provocado pelo homem, com consequências imprevisíveis", disse Riabkov.
O vice-ministro indicou que Moscovo já entregou propostas sobre a questão, mas que "Kiev não deu uma resposta clara à iniciativa do chefe da AIEA", organismo das Nações Unidas.
"A Ucrânia bombardeou repetidamente a central nuclear de Zaporíjia, causando danos na infra-estrutura do local e demonstrando um total desprezo pelos possíveis riscos", acusou.
Por outro lado, o diplomata russo negou que a AIEA tenha exigido a retirada das forças da Guarda Nacional da Rússia que se encontram na central nuclear.
Segundo Riabkov, o pedido de retirada tem sido formulado pela Ucrânia e pelos "países ocidentais" que apoiam Kiev.
"A central nuclear está localizada em território russo. De acordo com a nossa legislação, as unidades da Guarda Nacional, têm a cargo a segurança de todas as instalações nucleares russas, incluindo a central de Zaporíjia", disse ainda Riabkov.
A região de Zaporíjia, tal como Kherson, Donetsk e Lugansk, foram anexadas pela Rússia no passado dia 30 de Setembro no decorrer da campanha militar de Moscovo contra a Ucrânia.