Luanda – A Convenção Nacional do Partido Democrata, marcada pela aceitação formal da nomeação de Kamala Harris como candidata à presidência dos Estados Unidos, está entre os principais assuntos de destaque do noticiário internacional da ANGOP, na semana que hoje, sábado, termina.
O evento, que juntou na cidade de Chicago (EUA) pelo menos 4 mil delegados e cerca de 50 mil visitantes, serviu também para a substituta de Joe Biden fazer o discurso mais importante em 20 anos na vida pública.
Harris abordou, no seu discurso, temas sensíveis para a campanha eleitoral, como a imigração e a guerra em Gaza, afirmando que pretende resgatar um projecto bipartidário para reforçar o controlo nas fronteiras e o sistema de imigração.
Sobre a situação em Gaza, Harris, primeira mulher negra a aceitar nomeação presidencial do Partido Democrata, disse que sempre defenderá Israel, forte aliado dos EUA, mas clamou por uma solução rápida.
A actual vice-presidente dos EUA, de 59 anos, não só tem a vantagem de ser a sucessora natural de Biden, como pesquisas a colocam à frente de outros nomes populares do partido, herdou toda a estrutura da campanha eleitoral de Novembro próximo.
Na semana prestes a findar, foi também manchete o anúncio de um novo processo de destituição do Presidente Joe Biden iniciado pelos republicanos do Congresso dos EUA, que coincidiu com a abertura da Convenção Nacional Democrata.
O líder republicano do Comité Judiciário, Jim Jordan, explicou que a investigação realizada provou que Biden tinha "abusado do seu cargo público para o benefício financeiro da família Biden e dos seus parceiros de negócios".
"O legado do Presidente Biden é marcado pelo abuso de cargos públicos, corrupção e obstrução", acrescentou James Comer, presidente da Comissão de Supervisão da Câmara.
Entretanto um relatório - composto sobretudo por insinuações e inferências baseadas na relação filial - repete essencialmente argumentos há muito veiculados pelos republicanos, que nunca foram capazes de fornecer provas concretas que sugerissem que o Presidente teria usado as suas funções em benefício do filho ou estaria envolvido nos seus assuntos.
Ainda nos últimos sete dias, o alerta da UNICEF para a grave situação de desnutrição aguda que se propaga rapidamente nas áreas controladas pelo Governo internacionalmente reconhecido do Iémen, com níveis "extremamente críticos" em crianças menores de cinco anos da costa ocidental, mereceu também destaque.
No seu relatório de Classificação Integrada da Segurança Alimentar (IPC, em inglês), a UNICEF verificou um aumento de 34% no número de crianças menores de cinco anos que sofrem de desnutrição aguda nestas áreas do oeste do Iémen, afectando mais de 600 mil crianças, das quais 120 mil gravemente desnutridas.
As causas deste aumento são múltiplas, nomeadamente surtos de doenças como a cólera e o sarampo, elevada insegurança alimentar, acesso limitado à água potável e declínio económico persistente, segundo um comunicado da agência das Nações Unidas para a Infância.
Além disso, a análise estima também que cerca de 223 mil mulheres grávidas e lactantes estejam gravemente desnutridas em 2024, o que agrava ainda mais a crise humanitária no Iémen.
Foi igualmente destacado na semana de 18 a 24 deste mês, a garantia de apoio necessário dada pela comissária da Comissão europeia, Stella Kyriakides, aos países da União Europeia perante eventuais casos importados de Varíola dos Macacos, após a nova variante, mais perigosa, ter aparecido na Suécia, pedindo vigilância.
"Hoje falei com o ministro dos Assuntos Sociais e da Saúde Pública da Suécia, Jacob Forssmed, para discutir os últimos desenvolvimentos após a notificação do caso de Varíola dos Macacos na Suécia. A vigilância e preparação são de extrema importância", escreveu a comissária europeia da tutela, Stella Kyriakides, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
A posição surge no dia em que a UE aborda novas medidas, numa reunião técnica em resposta à emergência de saúde pública internacional declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) face ao actual surto de Varíola dos Macacos na República Democrática do Congo.
A notícia sobre a retoma da cidade ucraniana de Nova Iorque pelo Exército russo, mereceu igualmente destaque no noticiário internacional da ANGOP nos últimos sete dias.
As tropas russas dizem ter eliminado um grande contingente de "tropas inimigas" que defendiam a cidade composta por 3.000 habitantes.
A Rússia sublinha que Nova Iorque é "um importante centro logístico" nas imediações do bastião de Toretsk.
Entretanto, enquanto o Exército russo avança no Donbass, as tropas ucranianas já controlam 92 localidades na região russa de Kursk, segundo o Presidente Volodymyr Zelensky.
No período em análise, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ), a mais alta Corte do país, validou a vitória do Presidente Nicolás Maduro, na votação de 28 de Julho.
A decisão da alta instância judicial foi contestada pela oposição venezuelana e a União Europeia (UE) já anunciou que não reconhecerá os resultados até que as atas eleitorais sejam verificadas.
"Enquanto não virmos um resultado que possa ser verificado, não o vamos reconhecer", disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A ONU enviou à Venezuela um painel de peritos eleitorais, convidados pelo Governo, que no final da sua missão foram muito críticos em relação às eleições presidenciais.
O relatório preliminar do painel de peritos concluiu que as eleições venezuelanas carecem de "medidas básicas de transparência e integridade", aspectos que, segundo frisaram, "são essenciais para a realização de eleições credíveis".
A Venezuela realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de Julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos. JM