Londres - O Ministério da Defesa do Reino Unido, no seu relatório diário, adiantou esta segunda-feira que os primeiros homens russos a serem chamados para a mobilização militar parcial já chegaram às bases militares russas.
No entanto, os serviços secretos britânicos alertam que a Rússia enfrenta um "desafio administrativo e logístico para providenciar treino às tropas", já que o presidente russo, Vladimir Putin, tem pedido uma aceleração do processo - contra as orientações do seu próprio Ministério da Defesa.
Nesse sentido, os britânicos apontam que o exército russo "oferece treino inicial e de baixo nível aos soldados dentro das suas unidades operacionais, em vez de dar treino especializado", o que coloca em risco de vida os homens destacados.
"Muitos dos soldados chamados não terão qualquer experiência militar durante alguns anos. A falta de treinadores militares, e a pressa com que a Rússia começou a mobilização, sugere que muitas das tropas recrutadas serão destacadas para a linha da frente com uma preparação relevante mínima", afirma o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Salientando os detalhes de uma preparação normal, na qual explica que os batalhões russos costumam treinar de forma rotativa - um batalhão normalmente ficaria numa base, enquanto as outras duas seriam destacadas -.
Mas, a guerra da Ucrânia e a perda de milhares de soldados levou que esse método fosse abandonado.
Como tal, a falta de preparação, de treino e de liderança experiente irá "provavelmente resultar numa taxa de atrito elevada".
As forças armadas ucranianas dizem que já foram mortos mais de 56 mil soldados russos - um valor que o Kremlin refuta, dando a conhecer apenas alguns milhares de baixas.
De recordar que, em dez anos de guerra no Afeganistão, a União Soviética teve 10 mil baixas, o que enaltece por comparação o impacto da guerra na Ucrânia nas forças russas.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 5.900 mortos entre a população civil ucraniana, segundo contam os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
No entanto, a organização adverte que o real número de mortos civis poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em zonas ocupadas ou sitiadas pelos russos - em Mariupol, estima-se que tenham morrido milhares de pessoas.