Londres - A Ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, pediu hoje o apoio “de toda a Europa” e de todos os países do “mundo livre” para a Ucrânia, na sequência da invasão russa, que dura já há mais de três meses.
A diplomata, que está de visita à Bósnia-Herzegovina, condenou ainda a “intromissão” da Rússia no país balcânico.
“Enquanto a Rússia se intromete aqui, as tropas de Putin estão a cometer atrocidades a 700 milhas de distância, na Ucrânia. O povo da Ucrânia precisa do nosso apoio”, frisou Truss, num discurso nas Forças Armadas da Bósnia-Herzegovina, em Sarajevo.
“[Os cidadãos da Ucrânia] Precisam desse apoio de toda a Europa, de todo o mundo livre. Precisamos de apoiar o povo na sua corajosa luta pelo seu país”, acrescentou, citada pela CNN International.
A Ministra realçou ainda as “tácticas de intimidação da Rússia” e do presidente russo, Vladimir Putin, que esta semana, “de forma flagrante”, ameaçou que só deixaria “fluir cereais ucranianos se forem levantadas as sanções” contra o país invasor. “Isto é tentar fazer o mundo refém, e não deve ser bem sucedido”, frisou.
E acrescentou: “A democracia e a liberdade devem prevalecer sobre a agressão autocrática. Putin deve perder na Ucrânia. A agressão de Putin nunca deve ser bem sucedida na Europa”.
Sublinhe-se que, na terça-feira, o Ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, pediu a Rússia para abandonar a Ucrânia e "parar de roubar os cereais deste pais "para o bem da humanidade" e evitar uma crise alimentar global.
A Rússia, já esta quinta-feira, culpou o ocidente pelo bloqueio das exportações de cereais na Ucrânia. “Nós categoricamente não aceitamos essas acusações. Pelo contrário, culpamos os países Ocidentais por tomarem medidas que levaram a isso”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Assinala-se hoje o 92.º dia da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser muito maior, quase quatro mil civis morreram no conflito.