Beijing - A justiça chinesa condenou 15 pessoas a penas de prisão pela sua responsabilidade no desmoronamento de um edifício que matou 54 pessoas e provocou uma onda de protestos, avançou hoje a imprensa local.
Em Abril de 2022, um edifício de oito andares que albergava um hotel, apartamentos e um cinema ruiu em Changsha (centro da China), capital da província de Hunan.
As autoridades alegaram que a estrutura tinha sido construída ilegalmente. A tragédia desencadeou um aceso debate público na China sobre a corrupção no sector da construção.
A televisão estatal CCTV avançou hoje que dois tribunais de Changsha condenaram 15 pessoas implicadas no caso.
Wu Zhiyong, a pessoa que construiu, ampliou e renovou o edifício sem autorização e que foi considerado parcialmente responsável pelo colapso, foi condenado a 11 anos de prisão.
Outras penas de prisão incluem 12 anos para o antigo director-adjunto de uma empresa municipal de distribuição de água, que foi considerado culpado de incumprimento do dever e de corrupção.
Uma empresa responsável pela realização de testes de conformidade foi multada em um milhão de yuan (129.000 euros). Vários dos seus empregados foram presos por terem redigido documentos falsos que garantiam a segurança do edifício.
De acordo com o tribunal, Wu Zhiyong e as pessoas que efectuaram os trabalhos não tinham "quaisquer qualificações" no domínio da construção e alugaram ilegalmente as várias partes do edifício a empresas de restauração e de alojamento, informou a CCTV.
"Não foram tomadas medidas correctivas eficazes, apesar da descoberta de grandes riscos estruturais", segundo a mesma fonte.
Os desmoronamentos de edifícios ocorrem ocasionalmente na China. As autoridades culpam geralmente a aplicação pouco rigorosa das normas de segurança ou a corrupção por parte dos responsáveis pela sua aplicação.CS