Putin exclui invadir Polónia ou Letónia

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  • Luanda • Sexta, 09 Fevereiro de 2024 | 11h38
Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Pedro Parente-ANGOP

Moscovo - O presidente russo, Vladimir Putin, afastou a possibilidade de invadir a Polónia ou a Letónia, durante uma entrevista ao apresentador norte-americano Tucker Carlson, divulgada na quinta-feira, uma vez que a Federação Russa "não tem interesses" nesses Estados, anunciou a Agência France Presse (AFP).

“Não temos interesses na Polónia, na Letónia ou algures. Porque é que faríamos isso. Simplesmente não temos qualquer interesse nisso. Está fora de questão", respondeu Putin à questão "Imagina um cenário em que o senhor envia tropas russas para a Polónia".

Sobre a Ucrânia, Putin afastou totalmente a possibilidade de derrota russa no Estado vizinho que invadiu, considerando-a "impossível, por definição".

Como disse. "Há vociferações para infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha. Na minha opinião, é impossível, por definição. Isso nunca acontecerá".

A propósito de esta guerra, assegurou que existe um número indeterminado de "mercenários dos EUA", que disse constituírem o segundo grupo mais numeroso destes combatentes, depois dos polacos e à frente dos georgianos.

Putin disse também que o envio de soldados regulares dos EUA para combaterem na Ucrânia "colocaria a Humanidade à beira de um conflito global muito sério", em resposta ao apelo do líder dos democratas no Senado norte-americano, Chuck Schumer, para reforçar a ajuda ao país invadido.

"Vocês têm problemas nas fronteiras com a imigração, problemas com a dívida de mais de 33 mil milhões de dólares. Não têm nada melhor para fazer. Não seria melhor negociar com a Rússia para chegar a um acordo", prosseguiu.

Ainda sobre a Ucrânia, Putin disse que está pronto para negociar, mas que o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, "assinou um decreto que proíbe a negociação com a Rússia porque obedece a instruções dos países ocidentais".

Por outro lado, sobre os EUA, Putin afastou a ideia de que a relação bilateral dependa de uma mudança na Presidência norte-americana, contrapondo que tem mais a ver com "a ideia de dominação" que os EUA têm do mundo.

Como disse. "Não se trata de quem é o líder ou da personalidade de uma pessoa em concreto, mas das elites. É a ideia de dominação a todo o custo baseada nas forças dominantes da sociedade norte-americana".

Reconheceu que teve uma boa relação com George Bush Jr, "e também essa relação pessoal com Donald Trump".

Ao reflectir a seguir sobre os EUA, apontou. "É um país complexo. Conservador, por um lado, mas em rápida mudança, por outro. Não é fácil compreendê-lo".

Em particular, sobre o sistema eleitoral, questionou. "Quem toma as decisões nas eleições. Pode entender-se que cada Estado tenha as suas leis. Que se regule por sua conta".

Putin pronunciou-se ainda sobre Elon Musk, que considerou uma pessoa e um empresário "imparável" e advogou um "acordo internacional" para regular a inteligência artificial (IA).

Sobre este assunto, Putin opinou que a investigação genética é uma ameaça para a Humanidade, até ao ponto em que "agora é possível criar um super-humano", e depois comentou que Musk "já implantou um “chip” no cérebro humano nos EUA".

A propósito, comentou. "Creio que Elon Musk é imparável. Fará o que considere necessário. Não obstante, têm de encontrar uma base comum com ele. Encontrar formas de o persuadir. Creio que é uma pessoa inteligente. A sério. Mas precisam de chegar a um acordo com ele, porque esse processo precisa de ser formalizado e sujeito a certas regras".

Putin disse ainda que se pode fazer "uma previsão aproximada do que se vai passar" com o desenvolvimento da genética e da IA, recordando o caso das armas nucleares, que progrediram até que os Estados entenderam que o seu uso negligente poderia levar +a extinção e acordaram travá-las.

"É impossível parar a investigação na genética, tal como era impossível parar o uso da pólvora no passado, mas quanto antes nos dermos conta que a ameaça vem do desenvolvimento incontrolado da IA, da genética ou de qualquer outro campo, será a altura de alcançar um acordo internacional sobre a regulação dessas coisas", acrescentou.

Tucker Carlson é um polémico conservador e ex-apresentador da Fox News, próximo do ex-presidente Donald Trump, a quem apoia nas próximas eleições presidenciais norte-americanas. A entrevista foi transmitida no espaço próprio que Carlson tem agora na internet. CNB/CS



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