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Putin celebra tomada de Mariupol

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  • Luanda • Quinta, 21 Abril de 2022 | 15h43
Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Pedro Parente-ANGOP

Zaporizhzhya - O presidente russo Vladimir Putin celebrou nesta quinta-feira (21) o "sucesso" das suas tropas ao tomar a cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, e descartou um ataque final à zona industrial, onde os últimos resistentes estão entrincheirados.

Depois de suportar quase dois meses de cerco e bombardeamentos, as últimas tropas ucranianas estão escondidas na enorme fábrica metalúrgica de Azovstal nesta cidade do Mar de Azov, estratégica no plano de Moscovo de unir os territórios pró-Rússia do Donbass e a península da Crimeia, já anexada em 2014.

Os ultimatos anunciados pela Rússia não provocaram a rendição dos soldados. Um dos seus comandantes, Sviatoslav Palamar, do batalhão Azov, pediu "garantias" de segurança aos países ocidentais para deixar o local, onde, segundo Kiev, também estão quase mil civis.

"Considero que o ataque proposto na zona industrial não é apropriado. Ordeno o cancelamento", disse Putin ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, num encontro exibido na televisão.

"Precisamos pensar (...) na vida dos nossos soldados e oficiais. Não há necessidade de entrar nestas galerias subterrâneas e rastejar no subsolo através das instalações industriais. Bloqueiem toda a área industrial para que nem mesmo uma mosca possa escapar", completou Putin.

Quase dois mil militares ucranianos resistem no complexo industrial, de acordo com Shoigu, que não citou o número de civis.

Quase desde o início do conflito, a 24 de Fevereiro, Mariupol tornou-se um dos lugares prioritários da ofensiva russa. As autoridades locais temem o balanço de mais de 20 mil mortos na cidade, consequência dos bombardeamentos, mas também da falta de água, comida e energia eléctrica.

O exército russo controla grande parte da cidade há vários dias e chegou a permitir a entrada de alguns jornalistas ocidentais, que observaram as ruas destruídas.

Durante o cerco, as retiradas de civis foram raras e perigosas. Apesar da tensão, a vice-primeira-ministra ucraniana Irina Vereshchuk afirmou que quatro autocarros com civis deixaram a cidade e outros devem fazer o mesmo durante o dia.

Os civis devem enfrentar uma viagem de 200 quilómetros até Zaporizhzhya, um trajecto marcado por vários pontos de controlo numa região afectada por combates.

Desde o final de Março, quando a Rússia retirou as tropas do norte e dos arredores de Kiev, o leste e o sul da Ucrânia tornaram-se o principal cenário da guerra.

As forças russas "mantêm os disparos de artilharia em toda linha de frente", afirmaram as autoridades ucranianas na manhã desta quinta-feira.

Os combates são particularmente violentos nas proximidades de Izium (nordeste), há "bombardeamentos incessantes" em Popasna e Rubizhne, na região de Lugansk (leste), e novos ataques em Mikholayv (sul), na estrada até Odessa, que deixaram um morto e dois feridos, afirmou o governador Vitali Kim.

A batalha pelo Donbass, a bacia de mineração do leste, onde Kiev luta contra os separatistas pró-Rússia desde 2014, e parte do sul do país deve ser longa.

A tomada de Mariupol e a criação de um corredor sob controlo russo até a península da Crimeia pode permitir a Moscovo reforçar as posições na linha mais ao norte, perto de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana.

Ao mesmo tempo, a resistência ucraniana promete ser intensa, especialmente com o aumento substancial da ajuda militar dos Estados Unidos e de vários aliados.

Após muita hesitação, Israel indicou na quarta-feira que concordou em enviar equipamentos de protecção para a Ucrânia pela primeira vez. E nesta quinta-feira, o governo alemão garantiu que Kiev receberá em breve "veículos de combate e blindados" de países do leste da Europa.

Num alerta à comunidade internacional, a Rússia testou na quarta-feira um míssil balístico e afirmou que era para "os que pretendem ameaçar nosso país que pensem duas vezes".

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez e a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen visitaram Kiev.

"Comovido ao testemunhar nas ruas de Borodianka o horror e as atrocidades da guerra de Putin", escreveu no Twitter o chefe de Governo da Espanha. "Não deixaremos o povo ucraniano sozinho", completou.

Alguns diplomatas ocidentais temem, no entanto, que uma guerra longa prejudique a unidade de acção nas medidas contra a Rússia.

Se a guerra ficar concentrada no Donbass, longe de Kiev e das fronteiras da OTAN, o senso de urgência e unidade do Ocidente pode diminuir com o tempo. "É um desafio", disse um diplomata à AFP.

O papa Francisco uniu-se ao apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para uma trégua na Ucrânia a 24 de Abril, data da Páscoa entre os ortodoxos, anunciou o Vaticano.



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