Berlim - O líder do partido de centro-direita (CDU), provocou uma forte reacção na quarta-feira por ter aceitado o apoio da extrema-direita na aprovação de um primeiro projecto de lei no Bundestag, cita a euronews.
A votação de um segundo projecto de lei para impor regras mais rigorosas em matéria de migração na Alemanha foi adiado esta sexta-feira. Isto depois de uma primeira proposta, aprovada com os votos do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) no início desta semana, ter provocado protestos em massa.
Friedrich Merz, que é favorito nas sondagens para se tornar o próximo chanceler, ia propor uma moção que pedia o fim da reunificação familiar para as pessoas com protecção subsidiária e o aumento dos poderes dos agentes da polícia federal para deportar migrantes, entre outras medidas.
Ao contrário do projecto de lei aprovado na quarta-feira, este é juridicamente vinculativo, o que significa que se vai tornar lei se a União Democrata-Cristã (CDU), de centro-direita, liderada por Merz, conseguir reunir apoio suficiente e se for aprovado na câmara alta do parlamento.
No entanto, no momento em que o debate estava previsto, a CDU solicitou a interrupção da sessão para realizar uma reunião do partido.
Durante o intervalo, realizaram-se negociações entre a CDU, os sociais-democratas do líder alemão Olaf Scholz (SPD) e os Verdes, segundo a imprensa nacional.
O SPD e os Verdes criticaram ferozmente o projecto de lei de sexta-feira, bem como o primeiro, que foi aprovado por uma pequena maioria na quarta-feira.
A medida, que apelava à Alemanha para recusar muitos mais migrantes nas suas fronteiras, provocou protestos em massa e uma rara repreensão pública da antiga chanceler Angela Merkel, que anteriormente liderou a CDU.
Merkel qualificou de "errada" a decisão de Merz de trabalhar com a AfD e acusou-o de quebrar a chamada "barreira" contra este partido de extrema-direita, um consenso político estabelecido entre os partidos alemães para manter a extrema-direita fora do poder. AM