Washington - A Câmara de Representantes dos Estados Unidos vota no sábado um conjunto de propostas legislativas para a política externa do país que poderão desbloquear os fundos para ajudas à Ucrânia e a Israel.
O pacote prevê, segundo o site Notícias ao Minuto, gastos de 89,5 mil milhões de euros (1 euro equivale a 893,27 Kz), o que corresponde ao total aprovado pelo Senado em meados de Fevereiro, mas há algumas diferenças em relação ao projecto de lei do Senado, introduzidas para conquistar alguns conservadores da Câmara.
Um pacote de 60 mil milhões de dólares (1 dólar equivale a 837,50 Kz ) em assistência militar e económica à Ucrânia foi adoptado no Senado em Fevereiro mas os republicanos da Câmara dos Representantes recusaram aprovar a proposta, devido, entre outras razões, a uma disputa sobre a questão da imigração.
Ucrânia
A ajuda para apoiar a Ucrânia totaliza cerca de 61 mil milhões de dólares, sendo que um terço deve ser dedicado ao reabastecimento de armas e munições, comprando-as aos norte-americanos.
O montante total fornecido à Ucrânia para a compra de armas aos Estados Unidos é aproximadamente o mesmo nos projectos de lei da Câmara e do Senado - 13 mil milhões de euros.
A principal diferença entre os dois pacotes é que o projecto de lei da Câmara prevê mais de 8,5 mil milhões de euros em ajuda económica à Ucrânia sob a forma de "empréstimos perdoáveis". O projecto do Senado não incluía tal disposição defendendo antes um reembolso.
O pacote da Câmara inclui a exigência de que a administração Biden forneça ao Congresso um plano e uma estratégia para o que pretende alcançar na Ucrânia. O plano deve ser apresentado até 45 dias após a assinatura do projecto de lei. Os republicanos da Câmara queixam-se frequentemente de que ainda não viram uma estratégia de Biden para vencer a guerra.
O projecto afirma ainda que o relatório da administração deve ser um plano plurianual que defina "objectivos específicos e alcançáveis" e solicita também uma estimativa dos recursos necessários para alcançar os objectivos dos EUA e uma descrição das implicações para a segurança nacional caso esses objectivos não sejam alcançados.
Israel
A ajuda prevista para apoiar Israel e fornecer ajuda humanitária aos cidadãos de Gaza ascende a mais de 24 mil milhões de euros. A quantidade de dinheiro dedicada à reposição dos sistemas de defesa antimísseis de Israel totaliza cerca de 3,7 mil milhões de euros nos projectos de lei da Câmara e do Senado. Os projectos também incluem o mesmo valor adicional de 2,2 mil milhões de euros para as actuais operações militares dos EUA nas regiões.
A ajuda humanitária ascende a mais de 8,5 mil milhões de euros para Gaza, onde milhões de palestinianos enfrentam fome, falta de água potável e surtos de doenças.
Indo-Pacífico
Os investimentos para combater a China e garantir uma forte dissuasão na região ascendem a cerca de 7,5 mil milhões de euros. O montante total de dinheiro e os investimentos nos dois projectos de lei são praticamente os mesmos, com um quarto dos fundos a ser dedicado ao reabastecimento de sistemas de armas e munições que foram fornecidos a Taiwan.
Outras prioridades da Política Externa
Segundo o plano, a Câmara também votará um projecto de lei que combina uma série de propostas de política externa. Inclui legislação que permite aos EUA confiscar e transferir cerca de 4,7 mil milhões de euros em activos russos para um "Fundo de Apoio à Ucrânia".
Também inclui legislação para proibir a aplicação de vídeo TikTok se o seu proprietário na China, a ByteDance, não o vender.
A Câmara já tinha votado, no início deste ano, medidas para forçar a venda do TikTok, mas a proposta agora dá à ByteDance mais tempo para concluir uma venda antes que a proibição entre em vigor, estendendo o prazo de seis meses para quase um ano.
Se a empresa decidir não vender, o TikTok será proibido nas lojas de aplicações de telemóveis nos EUA - como as oferecidas pela Apple e pelo Google - bem como nos serviços de hospedagem na internet.
O TikTok negou as afirmações de que poderia ser usado como ferramenta do Governo chinês e garantiu que nunca partilhou dados de utilizadores norte-americanos com autoridades chinesas nem o fará. JM