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Primeiro-ministro romeno reconduzido após pacto de governo

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  • Luanda • Segunda, 23 Dezembro de 2024 | 12h26
Mapa da fronteira entre a Turquia, Bulgária, Roménia e Mar Negro
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Divulgação

Bucareste - O primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, foi hoje reconduzido após um acordo entre três partidos pró-europeus, que também designaram um candidato comum às presidenciais, cuja primeira volta foi anulada por suspeita de interferências pró-Rússia.

"Nomeio Marcel Ciolacu como primeiro-ministro", declarou o presidente liberal, Klaus Iohannis.

"Desejo o maior sucesso à nova coligação pró-europeia e pró-romena", disse o chefe de Estado, a partir do palácio presidencial, recordando que "hoje, já no Parlamento, esta maioria foi verificada e está segura".

A nova coligação, salientou, deverá "gerir o calendário das próximas eleições presidenciais", para as quais os pró-europeus irão propor um único candidato, Crin Antonescu, antigo líder do partido liberal, PNL.

O futuro executivo, afirmou o chefe de Estado, "tem todas as hipóteses de continuar o bom caminho da Roménia, depois dos sucessos económicos e da entrada no espaço Schengen".

O Partido Social-Democrata, do primeiro-ministro Marcel Ciolacu, o PNL e o UDMR, partido da comunidade húngara, anunciaram hoje um pacto de governo e um candidato comum às eleições presidenciais, antecipando assim uma saída para a crise institucional que o país vive após a anulação da primeira volta das eleições presidenciais por alegadas interferências pró-Rússia.

"Neste momento, temos um acordo político. É o precursor de um governo de coligação e de uma maioria parlamentar. Cada um dos signatários deste acordo político compreendeu o sinal dos romenos nas eleições gerais", declarou o social-democrata Marcel Ciolacu.

Fazem também parte do acordo deputados de outras minorias nacionais, com este bloco a representar um total de 176 dos 331 lugares da câmara baixa.

O líder social-democrata explicou, numa mensagem publicada na rede social Facebook, que a coligação defenderá os valores democráticos, o rumo e o lugar da Roménia na União Europeia e na NATO, bem como os valores e a identidade nacionais.

Ciolacu admitiu que o futuro governo não terá uma tarefa fácil e que os cidadãos esperam reformas, transparência e uma redução das despesas, enquanto as empresas querem estabilidade e sustentabilidade financeira.

Ilie Bolojan, líder do PNL, com o qual os socialistas formaram uma grande coligação nos últimos quatro anos, disse que o seu partido aceitou o pacto porque a Roménia precisa de um governo estável num período difícil.

As primeiras tarefas do novo governo serão a aprovação do orçamento para 2025 e a organização de eleições presidenciais, possivelmente antes da Páscoa.

As eleições presidenciais foram anuladas pelo Tribunal Constitucional devido a suspeitas de financiamento ilegal e de interferência pró-russa na campanha do ultranacionalista pró-russo Calin Georgescu, que venceu inesperadamente a primeira volta em 24 de Novembro.

O novo parlamento, formado na passada sexta-feira após as eleições de 1 de Dezembro, deverá eleger hoje os presidentes do Congresso e do Senado.

Os partidos europeístas e moderados obtiveram 58% dos votos nestas eleições, contra 33% dos partidos de extrema-direita e ultra-nacionalistas.

O PSD e o PNL sofreram um grande revés eleitoral nas eleições, perdendo 5 e 10 pontos, respectivamente, em comparação com as últimas eleições.

A inflação elevada, a corrupção enraizada, os receios em relação à guerra na vizinha Ucrânia e o sentimento de que, 18 anos após a adesão à União Europeia, as promessas de modernização e crescimento não foram cumpridas geraram uma onda de votos de protesto que beneficia os partidos populistas e extremistas.

Os partidos que integram o acordo governamental vão também apresentar Crin Antonescu, antigo líder do PNL, como candidato conjunto às eleições presidenciais.

Antonescu, de 65 anos, foi deputado durante quatro mandatos consecutivos e ocupou também um lugar no Senado. Foi ministro da Juventude e, por um breve período, chefe de Estado durante uma crise política em 2012.

Os dois maiores partidos, PSD e PNL, viram pela primeira vez os seus candidatos não passarem à segunda volta das eleições presidenciais.CS





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