Singapura - O primeiro-ministro de Singapura garantiu que o actual ministro das Finanças, Lawrence Wong, será designado seu sucessor no partido a tempo das próximas eleições, em 2025, pondo um fim à dinastia Lee na cidade-estado asiática.
Lee Hsien Loong, filho de Lee Kuan Yew, considerado o "pai" de Singapura, confirmou a sucessão num discurso proferido no domingo, durante a reunião que o Partido de Acção Popular (PAP), no poder desde a independência da Malásia, em 1965, realiza a cada dois anos para eleger o comité executivo central.
"Governar nunca consiste em tomar decisões fáceis", disse Lee aos membros do PAP, insistindo que é "imperativo" para o partido, no poder há 60 anos, manter os habitantes do seu lado para garantir um mandato forte após a próxima eleição.
O primeiro-ministro, no poder desde 2004 e que completou 70 anos este ano, limite de idade que havia apontado para se reformar, revelou em Abril que Lawrence Wong, de 49 anos, tinha sido escolhido como o líder da chamada "quarta geração" do PAP e, consequentemente, como seu sucessor, embora não se soubesse na altura quando iria ocorrer a sucessão.
As eleições de 2025 poderão assim marcar o fim da era "Lee", marcada pela transformação de Singapura de uma ilha de pescadores para um dos países mais prósperos do mundo.
Lawrence Wong seria o quarto líder na história do país do Sudeste Asiático e apenas o segundo não pertencente à dinastia Lee, depois de Goh Chok Tong (no poder entre 1990 e 2004).
Mas o actual ministro das Finanças, que também é vice-primeiro-ministro, alertou durante a reunião que o partido não deve tomar a vitória como garantida, depois do PAP ter perdido um número recorde de lugares no parlamento para o Partido dos Trabalhadores, nas eleições de 2020.
"Enquanto elegemos bons candidatos para lutar por cada lugar, temos de estar preparados para não ganhar todos nem dar como certo que formaremos o próximo governo", destacou Wong.
"A era da inflação e juros baixos das últimas décadas chegou ao fim", acrescentou o ministro das Finanças.
Na reunião, os líderes do PAP disseram que Singapura, um dos países com maior produto interno bruto (PIB) per capita do mundo, com um modelo de Governo que combina capitalismo com controle rígido das liberdades, quer manter o papel de centro financeiro internacional.