Londres - O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, manifestou hoje "grande tristeza" pela demissão do "número dois" do governo, Dominic Raab, na sequência de um inquérito que encontrou provas de comportamento intimidatório sobre alguns dos subordinados, noticiou agência Reuters.
Sunak elogia o vice-primeiro-ministro por cumprir a promessa de renunciar se fosse considerado culpado, mas admite existirem dúvidas sobre este processo.
"Claramente houve imperfeições no longo processo que afectaram negativamente todos os envolvidos", acrescentou.
Um sucessor para o vice-primeiro-ministro, que também é ministro da Justiça, deverá ser anunciado nas próximas horas.
Numa carta de demissão publicada na rede social Twitter, Raab disse sentir-se "obrigado a aceitar o resultado do inquérito", mas refere que só duas alegações foram confirmadas entre oito apresentadas.
"Acredito também que as suas duas conclusões adversas têm falhas e criam um precedente perigoso para a conduta de um bom governo", argumentou.
Segundo o político, "ao estabelecer a fasquia para a intimidação (bullying) tão baixo, este inquérito criou um precedente perigoso".
"Vai encorajar queixas desonestas contra ministros, e terá um efeito arrepiante sobre aqueles que conduzem reformas em nome do governo e, em última análise, do povo britânico", salientou.
A renúncia aconteceu um dia depois de o primeiro-ministro, Rishi Sunak, ter recebido o relatório de um inquérito independente realizado ao longo de vários meses por um advogado.
O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, criticou a "dupla fraqueza" do chefe do governo, referindo que nunca deveria ter nomeado Raab, devido aos rumores sobre o comportamento.
Por outro lado, vincou que foi Raab a demitir-se e não por decisão do primeiro-ministro.
"O que todos queremos é uma liderança forte. Isso faltou aqui", afirmou, em declarações à estacão Sky News.
Num comunicado, o partido Liberal Democrata, também da oposição, considera que, além de inadequado para servir como ministro, também é "totalmente inapto para representar os seus eleitores no parlamento", urgindo a demissão como deputado para desencadear uma eleição na circunscrição de Esher e Walton.
Dominic Raab indicou que pretende continuar na Câmara dos Comuns. GAR