Jeddah - O Presidente sírio, Bashar al-Assad, aliado da Rússia, recusou-se hoje a utilizar o equipamento de tradução simultânea durante o discurso do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na cimeira da Liga Árabe, na Arábia Saudita.
"Adelegação síria liderada pelo Presidente al-Assad absteve-se de colocar os auscultadores de tradução durante o discurso de Zelensky na cimeira árabe em Jidá", noticiou a agência oficial síria SANA.
Zelensky chegou de surpresa à cidade junto ao Mar Vermelho pouco antes do início da reunião dos chefes de Estado da Liga Árabe.
Al-Assad participa na cimeira pela primeira vez desde que a Síria foi recentemente readmitida na organização, após quase 12 anos de suspensão.
Segundo a SANA, os membros da delegação síria evitaram ouvir Zelensky, que falou sobre a guerra russa contra a Ucrânia e se referiu aos 'drones' (aeronaves não tripuladas) fornecidos a Rússia pelo Irão, o outro grande aliado do regime sírio.
"Infelizmente, há algumas pessoas no mundo e aqui entre vós que fecham os olhos a estas anexações ilegais, e eu estou aqui para que todos possam olhar [para a situação] honestamente", disse Zelensky, citado pela agência espanhola EFE.
"Por muito que os russos tentem influenciar, deve continuar a haver independência", defendeu o líder ucraniano.
Al-Assad é um importante aliado da Rússia, país que intervém militarmente na Síria desde 2015, a favor de Damasco.
O apoio russo foi fundamental para que as tropas governamentais sírias recuperassem o controlo da maior parte do território que perderam durante os primeiros anos da guerra civil.
A Liga Árabe é formada por 22 países: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iémen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Qatar, Síria, Somália, Sudão e Tunísia.
Depois da Arábia Saudita, Zelensky é esperado no Japão para discursar na cimeira das sete democracias mais industrializadas (G7), que decorre até domingo na cidade de Hiroxima.DSC