Líder do Conselho Europeu diz que sanções deverão abranger gás e petróleo russo mais cedo ou tarde

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  • Luanda • Quarta, 06 Abril de 2022 | 16h57
Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel
Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel
Santos Pedro/J.A

Estrasburgo - O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse hoje acreditar que as sanções da União Europeia (UE) à Rússia devido à sua agressão à Ucrânia deverão abranger, "mais cedo ou mais tarde", importações de petróleo e gás russo.

Intervindo num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), o presidente do Conselho Europeu também manifestou abertura à ideia de a UE conceder asilo aos militares russos que desobedecerem às ordens e baixarem as armas na Ucrânia para não tomarem parte nos crimes de guerra cometidos.

Um dia após a Comissão Europeia ter apresentado a sua proposta de um quinto pacote de sanções à Rússia, à luz das atrocidades cometidas pelo exército russo em Bucha e outras cidades ucranianas e que contempla pela primeira vez a energia, com a proibição da importação de carvão, Charles Michel considerou provável a UE ter de ir ainda mais longe.

"Eu penso que medidas sobre o petróleo e mesmo o gás também serão necessárias mais cedo ou mais tarde", disse, abordando uma questão que divide os Estados-membros.

O presidente do Conselho Europeu observou que depois da devastação da cidade de Mariupol, o mundo pôde assistir agora a "crimes contra a humanidade, contra civis inocentes, em Bucha e muitas outras cidades".

"É mais uma prova de que a brutalidade russa contra o povo da Ucrânia não tem limites. É mais uma prova de crimes de guerra, com corpos empilhados em valas comuns. Isto não é uma operação especial, são crimes de guerra. E nós, na UE, não vamos virar as costas, vamos olhar a realidade nos olhos. Tem de haver, e haverá, consequências graves para todos os responsáveis e já estamos a apoiar todos os esforços para recolher provas. Faremos tudo para trazer os perpetradores à justiça internacional", declarou.

O presidente do Conselho Europeu dirigiu de seguida uma mensagem aos militares russos que "não querem fazer parte do assassinato dos seus irmãos e irmãs ucranianos".

"Se não querem ser criminosos, larguem as armas, deixem de lutar, abandonem o campo de batalha. Sei que alguns dos membros do Parlamento Europeu propõem dar asilo aos soldados russos que desobedecerem às ordens. Na minha opinião, esta é uma ideia valiosa que deveria ser explorada", disse.

"Agora, temos de fazer tudo para pôr fim a estas atrocidades", concluiu.

Intervindo a seguir a Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, que na véspera propôs uma proibição de importação pela União Europeia de carvão russo, explicou no hemiciclo o alcance deste quinto pacote de sanções colocado sobre a mesa, que, sublinhou, não será o último.

"Neste ponto crítico da guerra, temos de aumentar a pressão sobre Putin e o Governo russo. É por isso que propomos um endurecimento ainda maior das nossas sanções. [...] Vamos impor uma proibição de importação de carvão da Rússia, no valor de quatro mil milhões de euros por ano. Esta é a primeira vez que sancionamos directamente a importação de combustíveis fósseis da Rússia, cortando assim uma importante fonte de receitas", sublinhou.

Segundo Von der Leyen, "estas sanções são duras, porque limitam as opções políticas e económicas do Kremlin" e "são inteligentes, porque afectam a Rússia muito mais duramente" do que a própria Europa.

"E estas sanções não serão as nossas últimas sanções", acrescentou, argumentando que, "depois de Bucha, mais do que nunca, a Europa mantém-se firme ao lado da Ucrânia".

Von der Leyen observou que, "apenas há sete semanas atrás, Bucha era um subúrbio amigável e tranquilo nos arredores de Kiev, mas na semana passada a própria humanidade foi morta em Bucha, morta a sangue-frio, executada com as mãos atadas e com uma bala na cabeça" e "deixada a apodrecer no meio da rua ou em valas comuns".

A Rússia é responsável por cerca de 45% das importações de gás da UE, bem como por cerca de 25% das importações de petróleo e por 45% das importações de carvão europeias.

Na véspera, Ursula von der Leyen revelara que a UE está mesmo já a "trabalhar em sanções adicionais, incluindo sobre importações de petróleo, e a reflectir sobre algumas das ideias apresentadas pelos Estados-membros, tais como impostos ou canais de pagamento específicos, tais como uma conta caucionada".





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