Bruxelas - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, profere quarta-feira o seu terceiro discurso sobre o Estado da União Europeia, uma vez mais num contexto de crises, com a guerra, a inflação e a crise energética como pano de fundo.
Na quarta-feira de manhã, perante o Parlamento Europeu, Von der Leyen, que preside ao executivo comunitário desde 2019, vai apresentar-se novamente em modo de gestão de crise.
Depois de nos dois anos anteriores as atenções terem estado centradas na resposta à pandemia da covid-19, que forçou mesmo em 2020, o debate pela primeira vez não tenha sido celebrado em Estrasburgo, França, mas sim em Bruxelas.
Desta feita, no hemiciclo de Estrasburgo, Von der Leyen passará em revista os principais acontecimentos do último ano e apresentará as grandes prioridades políticas, objectivos e iniciativas para os próximos 12 meses, naquela que é a primeira vez desde a criação do debate sobre o “Estado da União” Europeia, há 12 anos.
Realiza enquanto decorre uma guerra de grandes dimensões no continente europeu, lançada pela Rússia na Ucrânia em Fevereiro.
Alimentada pelos preços da energia, a inflação anual voltou a subir na zona euro em Agosto, atingindo um novo máximo de 9,1 por cento, segundo uma estimativa publicada pelo Eurostat no início do mês, o que tem levado os governos nacionais a adoptar medidas de apoio às famílias e às empresas.
O executivo comunitário, que na semana passada, depois de um Conselho extraordinário de ministros da Energia, prometeu avançar com "medidas sem precedentes para uma situação sem precedentes" na UE de crise energética.
Abrangendo "todas as frentes", deverá propor a imposição de um teto máximo para os lucros das empresas produtoras de electricidade com baixos custos e uma "contribuição solidária" das empresas de combustíveis fósseis.
A própria Comissão Europeia diz-se consciente de que o Presidente russo, Vladimir Putin, poderá cortar completamente o fornecimento de gás para 'mergulhar' a Europa no frio quando se aproximam as estações do Outono e inverno.
Uma razão suplementar para a UE garantir a diversificação da oferta, a redução da procura e os investimentos em energias renováveis.
Inaugurado pelo antigo presidente do executivo comunitário José Manuel Durão Barroso, em 2010, o discurso do Estado da União tornou-se o 'cartaz' das sessões plenárias de Setembro, as de 'rentrée' depois das férias de verão.
Sendo a oportunidade de o executivo comunitário e os euro-deputados discutirem os grandes desafios e prioridades para os 12 meses seguintes.
O discurso sobre o Estado da União 2022 tem início às 09:00 locais em Estrasburgo, 08:00 de Angola.