Buenos Aires - O Presidente argentino, Javier Milei, tenta este domingo em Washington afinar um novo acordo financeiro com o Fundo Monetário Internacional, antes da posse do aliado Donald Trump, de quem espera o impulso para uma ajuda crucial para o seu país.
"Teremos um acordo com o FMI para o qual o Presidente Trump dará muito apoio e fará muita pressão a favor da Argentina. Será um crédito indispensável para normalizar a economia argentina, permitindo que cheguem os investimentos que estão decididos para a Argentina, mas que não se materializaram por falta de condições económicas", disse à Lusa Diego Guelar, ex-embaixador da Argentina na União Europeia, no Brasil, na China e duas vezes nos Estados Unidos.
A partir das 15h00 de Washington (21:00 em Angola), Javier Milei e o seu ministro da Economia, Luis Caputo, estarão com a directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva.
O objectivo é obter um acordo financeiro que inclua, pelo menos, 11.000 milhões de dólares.
O Governo argentino referiu que a reunião foi pedida pelos próprios funcionários do organismo de crédito, interessados em afinar os pormenores do empréstimo com o próprio Milei.
Os Estados Unidos são o sócio principal do Fundo Monetário Internacional e o novo governo Trump, próximo de empresários das tecnológicas, também pode abrir as portas para investimentos directos norte-americanos na Argentina.
O FMI tem sido reactivo a conceder empréstimos para financiar a fuga de capitais. Além disso, o peso argentino foi a moeda que mais se valorizou no mundo ao longo de 2024 (+44%), fazendo com que o dólar esteja acessível no país; o que facilitaria uma corrida cambial em caso de um choque externo sobre a economia argentina.
Na sexta-feira passada (17), o FMI divulgou as suas Perspectivas Económicas Globais nas quais prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina cresça 5% em 2025 e outros 5% em 2026, depois de uma queda de 3,6% em 2024.
Na terça-feira (21), pelo segundo ano consecutivo, Milei embarca à Suíça para, em Davos, expor no Foro Económico Mundial perante os líderes da economia internacional. O presidente vai exibir as conquistas do seu feroz ajuste fiscal e tentar seduzir por investimentos entre os 125 principais empresários do mundo. JM