Pequim - O Presidente chinês, Xi Jinping, manifestou hoje (quinta-feira) um forte apoio ao Afeganistão, numa conferência regional, sem mencionar os abusos de Direitos Humanos cometidos pelos líderes talibãs do país.
Xi Jinping prometeu o apoio da China, numa mensagem para um encontro entre representantes do Afeganistão, China, Rússia, Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, que está a decorrer em Tunxi, no centro da China, e que destaca as aspirações de Pequim de desempenhar um papel de liderança no Afeganistão, após a retirada das forças dos Estados Unidos.
Um "Afeganistão pacífico, estável, desenvolvido e próspero" é o que os afegãos aspiram e o que "serve os interesses comuns dos países da região e da comunidade internacional", disse o chefe de Estado chinês.
"A China sempre respeitou a soberania, a independência e a integridade territorial do Afeganistão, e está comprometida em apoiar o desenvolvimento pacífico e estável" do país da Ásia Central, acrescentou.
O líder chinês não deu detalhes, embora a China já tenha enviado ajuda de emergência para o Afeganistão. Empresas chinesas estão também a estudar a possibilidade de minerarem cobre no país.
A China segue uma política de "não intervenção" nos assuntos internos dos outros países, inclusive opondo-se a intervenções para fins humanitários, a menos que sancionados pelas Nações Unidas.
Enviados especiais para o Afeganistão da China, Estados Unidos e Rússia, também estão reunidos, num grupo separado, em Tunxi.
Embora não tenha reconhecido o governo talibã, a China agiu rapidamente para fortalecer os seus laços com o grupo islâmico.
Um mês antes de os Talibã assumirem o poder, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, recebeu uma delegação de alto nível do grupo, na cidade portuária de Tianjin.
Wang Yi referiu-se aos Talibã como uma força importante para a paz e reconstrução no Afeganistão.
Na semana passada, o ministro chinês também fez uma paragem surpresa em Cabul, para se encontrar com líderes Talibã, mesmo quando a comunidade internacional criticou a promessa quebrada pelo grupo, um dia antes, de abrir as escolas do ensino básico para meninas.
A China evitou cuidadosamente mencionar os limites na educação das meninas e outras violações dos Direitos Humanos, enquanto mantém a sua embaixada em Cabul aberta.
China e Afeganistão partilham cerca de 60 quilómetros de fronteira na região noroeste da China de Xinjiang, uma das mais voláteis do país asiático, marcada por violentos confrontos étnicos, nas últimas décadas, entre membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os Han, o grupo étnico maioritário na China.
A China teme que o Afeganistão se torne numa base para separatistas e extremistas uigures.