Colombo - A polícia do Sri Lanka lançou hoje gás lacrimogéneo para conter milhares de manifestantes reunidos diante do escritório do primeiro-ministro, em Colombo, disseram jornalistas da agência de notícia AFP no local.
Os manifestantes exigiam a renúncia do primeiro-ministro cingalês, Ranil Wickremesinghe, após o Presidente do país, Gotabaya Rajapaksa, ter fugido para as Maldivas.
"Vá para casa Ranil!, Vá para casa Gota!, gritavam os manifestantes.
O Sri Lanka declarou hoje o estado de urgência após o Presidente ter fugido do país que vive uma crise económica devastadora.
"O Presidente saiu do país, o estado de urgência foi declarado para fazer frente à situação vivida no país", afirmou à agência de notícias France-Presse o porta-voz do primeiro-ministro, Dinouk Colombage.
Nos últimos dias, os manifestantes ocuparam vários edifícios governamentais, exigindo a demissão dos principais líderes políticos.
O Presidente, Gotabaya Rajapaksa, que tinha concordado em abandonar o cargo, a mulher e dois guarda-costas deixaram o Sri Lanka a bordo de um avião da Força Aérea com destino à capital das Maldivas.
Os manifestantes exigem também que o primeiro-ministro renuncie imediatamente, mas Ranil Wickremesinghe afirmou que só o faria assim que um novo Governo estivesse em funções.
Rajapaksa é acusado de má gestão económica, que levou o país a assumir a incapacidade de financiar as importações mais essenciais para os seus 22 milhões de habitantes, devido à falta de moeda estrangeira.
Colombo falhou no pagamento de uma dívida externa de 51 mil milhões de dólares (50,9 mil milhões de euros) em Abril e está em conversações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma possível ajuda de emergência.