Banguecoque - A polícia da Tailândia disse hoje que foi emitido um mandado de detenção para um homem suspeito de ter baleado mortalmente um antigo político da oposição do Cambodja numa popular zona turística de Banguecoque.
Lim Kimya, um antigo deputado do extinto Partido de Resgate Nacional do Camboja, foi morto a tiro perto de um templo perto de Khaosan Road na noite de terça-feira.
De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, Lim Kimya teria acabado de chegar ao local com a mulher de autocarro vindo do Camboja.
O chefe da polícia de Banguecoque, Siam Boonsom, disse hoje aos jornalistas que, de acordo com uma investigação inicial, o atirador foi contratado para matar Lim Kimya, que terá sido identificado por uma outra pessoa, que a polícia também está a procurar.
Os meios de comunicação tailandeses referiram que o alegado atirador pode ser um antigo fuzileiro naval tailandês.
Siam recusou-se a confirmar essa informações, mas disse que o suspeito tinha antecedentes criminais relacionados com questões financeiras.
O Partido de Resgate Nacional do Camboja disse num comunicado estar "profundamente chocado e consternado com o assassinato brutal e desumano" e instou as autoridades tailandesas a conduzirem uma investigação completa para levar os perpetradores à justiça.
Este movimento era o principal rival do Partido Popular Cambojano, do ex-primeiro-ministro Hun Sen, nas eleições gerais de 2018.
Mas como parte de uma ampla repressão da oposição antes das eleições, o tribunal superior do Camboja dissolveu o partido, permitindo ao movimento no poder conquistar, posteriormente, todos os lugares na Assembleia Nacional.
Lim Kimya publicou recentemente mensagens na rede social Facebook a acusar o Governo de gastar dinheiro do Estado desnecessariamente em eventos que não beneficiaram a população.
Sob Hun Sen, que manteve o poder durante quase quatro décadas, o Camboja foi amplamente acusado de abusos dos direitos humanos que incluíram a supressão da liberdade de expressão e de associação.
Hun Sen foi sucedido em Agosto de 2023 pelo filho, Hun Manet, que estudou nos Estados Unidos, mas houve poucos sinais de liberalização política.
Lim Kimya morreu no mesmo dia em que Hun Sen, actualmente o chefe do Senado do Cambodja, apelou à aprovação de uma lei que rotularia certas acções de dissidentes como terrorismo.CS