Roma - A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, manifestou-se hoje cautelosa quanto a um "cessar-fogo limitado" às instalações energéticas na Ucrânia, mas expressou confiança nas negociações sobre um acordo de tréguas conduzidas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"A possibilidade de um cessar-fogo parcial, limitado às infra-estruturas estratégicas da Ucrânia, representaria uma primeira pequena abertura ao abrigo das linhas acordadas pelo Presidente Donald Trump e seu homologo, Volodymyr Zelensky", afirmou Meloni num discurso no parlamento italiano, em Roma, segundo o site Notícias ao Minuto.
"Apoiamos os esforços do Presidente Trump, que, na minha opinião, é um líder forte que pode certamente estabelecer as condições para garantir uma paz justa e duradoura", acrescentou Meloni, que reiterou a importância das "garantias de segurança" para Kiev.
O Governo de coligação ultraconservador de Meloni tem, até à data, apoiado a Ucrânia na guerra contra Moscovo.
Meloni, a única líder da União Europeia (UE) presente na tomada de posse de Trump a 20 Janeiro, sublinhou que Itália não enviaria tropas para defender uma eventual trégua na Ucrânia, reiterando que tal seria "arriscado e pouco eficaz".
Os Presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, mantiveram um contacto telefónico na terça-feira para abordar a guerra na Ucrânia, durante o qual foi acordada a suspensão temporária dos ataques contra instalações de produção de energia, armazenamento e gasodutos.
O enviado dos Estados Unidos da América (EUA), Steve Witkoff, indicou na terça-feira à noite que Washington pretendia que esta trégua parcial de 30 dias, que ainda não foi aceite pela Ucrânia, abrangesse "as infra-estruturas em geral".
No entanto, o Kremlin (presidência russa) afirmou hoje que o acordo alcançado entre Trump e Putin se aplica apenas ao sector da energia, e não a outras infra-estruturas.
Invadida pela Rússia desde Fevereiro de 2022, a Ucrânia aceitou, sob pressão de Washington, a ideia de um cessar-fogo incondicional de 30 dias, que foi rejeitado por Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022, mergulhando a Europa na pior crise desde a II Guerra Mundial (1939-1945). DSC/AM