Lima - O governo do Peru denunciou uma nova e inaceitável ingerência do Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, nos assuntos internos, por ter defendido na Organização dos Estados Americanos (OEA) o ex-chefe de Estado peruano, detido por tentativa de golpe.
Nova e inaceitável interferência de Gustavo Petro nos assuntos do Peru, na OEA, e em violação dos seus estatutos", escreveu, na quarta-feira, na rede social Twitter a ministra dos Negócios Estrangeiros do Peru, Ana Cecilia Gervasi.
A responsável acrescentou que a "falta de veracidade e desrespeito pelas normas internacionais denotam uma falsa liderança a favor de um líder golpista e acusado de corrupção", referindo-se a Pedro Castillo (2021-2022), em prisão preventiva.
O Presidente da Colômbia, em Fevereiro declarado “persona non grata” pelo Congresso peruano, voltou a defender, quarta-feira, Castillo perante o conselho permanente da OEA, com sede em Washington, e criticou a detenção do antigo líder "sem direitos políticos".
"Mas então não olhamos para o Peru? Não há um Presidente detido sem sentença judicial, sem direitos políticos, ou seja, contrário à Carta Democrática?", questionou.
"A Carta Democrática diz que só uma sentença judicial retira direitos políticos. Então por que estão a retirar direitos políticos das pessoas sem uma sentença?", continuou.
No discurso, Gustavo Petro contou a história da OEA, fundada em 1948, em Bogotá, garantindo que os princípios fundadores da organização respondiam à época a "valores liberais" em resposta à "revolução socialista cubana".
Gustavo Petro propôs aos Estados-membros da organização enriquecer a Carta Democrática, incluindo direitos como "a igualdade das mulheres ou os direitos da natureza" e, assim, "expandi-la em direcção a uma democracia mais viva e rica, como já não se encontra na Europa Ocidental ou nos Estados Unidos". CNB/GAR