Naipidau - Pelo menos três pessoas morreram em Myanmar (antiga Birmânia), após a chegada do ciclone Mocha, o mais forte da última década, que arrancou telhados de edifícios, deixando várias zonas sem telecomunicações, segundo imprensa local.
Uma equipa de resgate do estado de Shan, no leste do país, anunciou na rede social Facebook que tinha recuperado os corpos de um casal cuja casa ficou soterrada por um deslizamento de terra causado por fortes chuvas no município de Tachileik.
A imprensa local avançou que um homem morreu esmagado pela queda de uma árvore no município de Pyin Oo Lwin, na região central de Mandalay.
O ciclone Mocha atingiu a costa na tarde de domingo, perto da povoação de Sittwe, no estado de Rakhine, trazendo rajadas de vento de até 210 quilómetros por hora, avançou o departamento de meteorologia de Myanmar.
A extensão dos dados na região não é ainda conhecida, uma vez que, logo no início de domingo, ventos fortes tinham derrubado torres de rede móvel, deixando grande parte da área sem acesso a telecomunicações.
Em vídeos recolhidos e publicados pela imprensa local antes do corte das telecomunicações, é possível ver ruas transformadas em rios e ventos fortes a fustigar árvores e a arrancar telhados.
O gabinete de informações militares de Myanmar disse que o Mocha danificou casas, transformadores eléctricos, torres de rede móvel, barcos e postes de iluminação nos distritos de Sittwe, Kyaukpyu e Gwa e nas ilhas Coco, cerca de 425 quilómetros a sudoeste da maior cidade do país, Rangum.
As autoridades procederam à retirada de mais de 4.000 residentes em Sittwe para outras cidades e mais de 20.000 pessoas estão abrigadas em edifícios como mosteiros e escolas localizados em pontos mais altos.
Lin Lin, presidente de uma fundação de caridade local, disse que não havia comida suficiente nos abrigos em Sittwe, que receberam mais pessoas do que o esperado.
O representante do Programa de Desenvolvimento da ONU em Myanmar disse que a chegada do Mocha coloca "dois milhões de pessoas em risco", prevendo-se que os danos e perdas sejam extensos".
"Estamos prontos para responder e precisaremos de acesso desimpedido a todas as comunidades afectadas", sublinhou Titon Mitra, na rede social Twitter.
A televisão estatal de Myanmar informou que a junta militar está a preparar-se para enviar alimentos, medicamentos e pessoal médico para a área atingida pela tempestade.
A região de Cox's Bazar, em Bangladesh, onde se situa o maior campo de refugiados do mundo, estava no trajecto previsto para a tempestade, o que levou à retirada de centenas de milhares de pessoas.
Ventos fortes acompanhados de chuvas atingiram a ilha de Saint Martin, na Baía de Bengala, onde cerca de uma dúzia de residentes ficaram feridos, enquanto cerca de 300 casas foram destruídas ou danificadas, informou o jornal "Prothom Alo". CNB/GAR