Bruxelas - O Parlamento Europeu (PE) vai votar hoje a composição do próximo colégio de comissários de Ursula von der Leyen, cuja aprovação deverá estar assegurada depois de um acordo alcançado há uma semana entre PPE, socialistas e liberais, noticiou o site Notícias ao Minuto.
Pouco mais de dois meses após a apresentação dos comissários indigitados e das audições de cada candidato, os eurodeputados são chamados a pronunciar-se sobre o próximo executivo comunitário.
Durante a manhã, a presidente reconduzida da Comissão Europeia vai reapresentá-los e às prioridades para os próximos cinco anos, na sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo (França).
Depois do debate, os eurodeputados iniciam a votação. Para entrar em funções no dia 01 de Dezembro, o colégio de comissários necessita de alcançar hoje uma maioria simples.
A 'luz verde' deverá estar garantida na sequência de um acordo político alcançado há uma semana entre os grupos políticos do PPE (centro-direita), Socialistas e Democratas e os liberais do Renovar a Europa.
Ursula von der Leyen recebeu em Julho o aval para formar a equipa para os próximos cinco anos.
Nas últimas semanas houve intensas negociações entre estas três forças políticas representadas nos hemiciclos de Bruxelas e Estrasburgo - que tradicionalmente representam uma coligação - sobre os sete nomes pendentes de um total de 26, e para chegar a um acordo todas as partes necessitaram de fazer cedências.
O próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (40% de mulheres e 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
Na sua carta de missão dirigida a Maria Luís Albuquerque, a líder do executivo comunitário pediu que a comissária portuguesa use a sua experiência no público (depois de ter sido ministra das Finanças e secretária de Estado do Tesouro nos governos de Pedro Passos Coelho) e no privado (após ter passado por empresas como a gestora de fundos europeia Arrow Global e o banco mundial Morgan Stanley) para "desbloquear montante substancial de investimento" na União Europeia.
Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária.
Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Beijing.
Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.CS