Patriarcado ortodoxo de Moscovo condena proibição "ilegal" na Ucrânia

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  • Luanda • Terça, 20 Agosto de 2024 | 17h47
Praça Vermelha na cidade de Moscovo, capital da Rússia
Praça Vermelha na cidade de Moscovo, capital da Rússia
Rosário dos Santos

Moscovo - O Patriarcado de Moscovo condenou a proibição "ilegal" na Ucrânia, aprovada hoje pelo parlamento em Kiev, do ramo da Igreja Ortodoxa russa, numa decisão já saudada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como "uma independência espiritual", segundo a AFP.

 

Em reacção à aprovação dos deputados da Rada (parlamento ucraniano), um porta-voz do Patriarcado russo, Vladimir Legoida, comentou na rede Telegram que se trata de "acto ilegal que constitui uma violação flagrante das noções fundamentais de liberdade de consciência e dos direitos humanos".

O parlamento ucraniano adoptou um projecto de lei que prevê a proibição da Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscovo, que é acusada de ser influenciada pelo Kremlin (presidência).

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, criticou a aprovação dos deputados ucranianos, apontando uma estratégia para "destruir a ortodoxia canónica e verdadeira e trazer para o seu lugar uma substituta, uma falsa Igreja".

Após vários parlamentares ucranianos terem saudado a iniciativa legislativa, Volodymyr Zelensky também já elogiou a decisão dos deputados.

"Uma lei foi aprovada em relação à nossa independência espiritual. Foi sobre isso que conversámos com os membros do Conselho de Igrejas e Organizações Religiosas", observou nas redes sociais o líder ucraniano

Revelando que, nos próximos dias, irá também discutir o assunto com representantes do patriarca ecuménico Bartolomeu.

A Igreja visada por esta decisão foi em tempos a mais popular na Ucrânia, um país com uma grande maioria ortodoxa, mas que perdeu muitos seguidores nos últimos anos, à medida que o sentimento nacional ucraniano ganhou popularidade face à Rússia.

Este processo acelerou-se com a criação, em 2018, de uma Igreja Ortodoxa ucraniana independente de Moscovo, e, ainda mais, após o início, em Fevereiro de 2022, da invasão russa da Ucrânia, abertamente apoiada pelo Patriarcado de Moscovo.

Segundo o deputado Yaroslav Zhelezniak, a nova lei que ainda precisa de ser promulgada pelo Presidente Volodymyr Zelensky antes de entrar em vigor, dá nove meses às paróquias da Igreja em causa para "cortar os seus laços com a Igreja Ortodoxa russa".

De acordo com meios de comunicação social ucranianos, a Igreja com ligações à Rússia ainda tem cerca de 9.000 paróquias na Ucrânia, em comparação com 8.000 a 9.000 paróquias da sua rival independente.

A Igreja Ortodoxa alvo desta proibição anunciou em Maio de 2022 que estava a cortar todos os laços com o Patriarcado de Moscovo e acusou as autoridades ucranianas de perseguição.

Contudo, o Governo ucraniano acredita que a instituição continua dependente da Rússia e vários dos seus dignitários estão a ser alvo de investigações criminais.

Segundo uma sondagem realizada em 2023 pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, 66% dos ucranianos eram a favor da proibição da Igreja ligada a Moscovo.

Além disso, 54% dos ucranianos identificaram-se com a Igreja independente e apenas 4% com aquela que responde perante o Patriarcado russo, de acordo com um estudo de opinião realizado pela mesma organização em 2022, em comparação, com 42% e 18% no ano anterior. GAR





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