Edimburgo - O Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla inglesa) vai anunciar hoje o vencedor da eleição interna para suceder a Nicola Sturgeon, a actual líder e primeira-ministra da Escócia, que se demitiu em meados de Fevereiro passado.
O anúncio será feito pouco depois do encerramento das urnas, às 12h00, e pouco depois, Nicola Sturgeon deverá formalizar a demissão de primeira-ministra junto do Rei Carlos III.
Na corrida estão a ministra das Finanças da Escócia, Kate Forbes, de 32 anos, o ministro da Saúde, Humza Yousaf, de 37 anos, e a deputada Ash Regan, de 49 anos.
Sturgeon, de 52 anos, anunciou a sua demissão inesperadamente após oito anos como líder do partido e chefe do governo autónomo da Escócia, invocando o "impacto físico e mental" sofrido nos últimos anos.
A campanha abriu cisões no interior do partido sobre a estratégia política e o legado de Sturgeon, até agora popular dentro do SNP e entre a maioria dos escoceses.
O SNP detém actualmente 64 dos 129 lugares no parlamento escocês e governa em coligação com os Verdes, que contam com uma representatividade muito mais pequena.
É também o terceiro partido mais votado a nível nacional, com 45 deputados.
Porém, tem vindo a perder filiados, cujo número caiu de mais de 100.000 para cerca de 70.000 no ano passado.
O presidente executivo do partido, Peter Murrell, e marido de Sturgeon, também demitiu-se das funções.
A candidata Ash Regan aplaudiu o passo dado por Peter Murrell, considerando que era "inaceitável ter o marido da líder do partido como o presidente executivo", enquanto Kate Forbes também admitiu que "as decisões dentro do SNP foram tomadas por muito poucas pessoas".
Ambas têm também aproveitado os debates televisivos para atacar Humza Yousaf, um aliado de Sturgeon visto como o candidato de continuidade.
Os candidatos têm divergido sobre questões como a política para a mudança de género na Escócia, cuja legislação foi vetada pelo Governo britânico, e que Regan e Forbes criticam, mas Yousaf defende.
Entretanto, Forbes, que pertence à Igreja Livre da Escócia (evangélica), tem sido criticada por assumir que a fé a teria impedido de votar a favor de legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo, o que aconteceu em 2014, antes de ser eleita.
A eleição para a liderança fez descer nas sondagens os níveis de apoio ao SNP e ao referendo sobre a independência da Escócia, que o partido tem como principal ambição.
Os eleitores escoceses votaram para permanecer no Reino Unido num referendo de 2014, mas o SNP quer uma nova votação por discordar com o 'Brexit' (a saída britânica da União Europeia).
O Governo britânico central recusou-se a autorizar um segundo referendo, e o Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu que a Escócia não pode realizar a consulta pública sem o consentimento de Londres. GAR