Tiblissi - O partido Sonho Georgiano rejeitou hoje a repetição das eleições legislativas de 26 de Outubro na Geórgia, não reconhecidas pela oposição e pela Presidente Salomé Zurabishvili.
"Isso é impensável. (...) Não se pode falar seriamente sobre esta questão. Porquê realizar eleições antecipadas? Deve haver uma razão para isso", afirmou hoje Mamuka Mdinaradze, diretor-executivo do partido oficialmente declarado vencedor das eleições, durante uma conferência de imprensa.
A Presidente da Geórgia, Salomé Zurabishvili, cujo mandato termina a 29 de Dezembro, deu este domingo uma semana ao Governo para definir a data das novas eleições legislativas, avança a agência Lusa.
A oposição pro-europeia contestou os resultados eleitorais, alegando fraude e irregularidades significativas durante o processo, descrevendo-o como um "golpe constitucional", o que levou a Presidente a pedir a repetição da votação.
"Temos de chegar a acordo sobre a data das novas eleições antes de 29 de Dezembro", disse a chefe de Estado, durante uma manifestação antigovernamental no centro de Tbilissi.
Entretanto, o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobajidze, avisou Zurabishvili que poderá acabar "atrás das grades" se não deixar o poder depois do seu mandato expirar no próximo domingo.
"Espero que (Zurabishvili) tenha o bom senso suficiente para não violar a Constituição e o Código Penal, pois isso pode dar-lhe muitos anos de prisão", avisou o primeiro-ministro.
A oposição georgiana pediu à União Europeia (UE) que impusesse sanções e declarasse "ilegítimo" o Governo do país, liderado desde 2012 pelo partido Sonho Georgiano, que suspendeu as negociações para a adesão à UE em Novembro passado. AM