Moscovo - A câmara baixa do Parlamento russo aprovou hoje (18) a realização de eleições durante a aplicação da lei marcial, seja em território nacional ou em zonas em "estado de guerra", como nas regiões ucranianas invadidas e anexadas.
Assim, a Comissão Eleitoral Central pode convocar eleições ou referendos após a autorização do Ministério da Defesa e do Serviço Federal de Segurança.
A Duma, a câmara baixa do Parlamento, decidiu também sobre outras medidas a aplicar durante a vigência da lei marcial.
Em Outubro de 2022, o Presidente russo, Vladimir Putin, decretou a lei marcial nas quatro regiões ucranianas anexadas por Moscovo no passado mês de Setembro: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
O principal argumento de Putin foi o de fazer frente à Ucrânia pela recusa do "reconhecimento da vontade das populações" dessas regiões que, de acordo com o Kremlin, expressaram o desejo de se unirem a Federação Russa em referendos que não foram aceites internacionalmente.
Vladimir Putin referiu também que Kiev enviou "grupos subversivos" para os territórios da Federação Russa para, disse, atentar contras as infra-estruturas civis, como o que aconteceu na ponte da Crimeia, tendo criado unidades de defesa territorial nas várias regiões anexadas.
No final do passado mês de Abril, o Kremlin anunciou que, apesar das "tentativas de ingerência do Ocidente", a Rússia vai realizar eleições presidenciais em 2024, em que provavelmente Putin vai recandidatar-se.
"Ninguém duvide (...) que no quadro da operação militar especial (nome utilizado pelo regime para se referir à invasão da Ucrânia) a actual situação internacional, as pressões e as tentativas de ingerência vão multiplicar-se. As eleições vão realizar-se", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin em conferência de imprensa.
Da mesma forma, a presidente da Comissão Eleitoral Central, Ella Pamfilova, acusou o Ocidente, e em particular os Estados Unidos de tentarem prejudicar as eleições russas. JM