Islamabad - Líderes da oposição paquistanesa advertiram hoje que as autoridades estariam a atravessar uma "linha vermelha", se detivessem o antigo primeiro-ministro Imran Khan, noticia a Lusa
Khan está a ser acusado de traição por comentários proferidos sobre o poder judicial.
Derrubado por uma moção de censura em 10 de Abril, Khan tem realizado, desde então, grandes comícios em todo o país para pressionar a frágil coligação governamental.
Hoje, segunda-feira nas primeiras horas, centenas de pessoas concentraram-se no exterior da casa do político e antigo estrela do críquete paquistanês, perto da capital, aparentemente para impedir o acesso da polícia, uma vez que, Khan tem lutado durante meses contra uma série de acusações, sem ter sido detido até agora.
Um relatório preliminar foi apresentado à polícia no domingo, o primeiro passo de um processo que poderá levar a acusações formais e a uma detenção.
"Onde quer que esteja, junte-se hoje à Gala Bani e mostre a sua solidariedade com Imran Khan", escreveu na rede social Twitter, o antigo ministro da Informação Fawad Chaudhry, numa referência à casa de Khan.
"Imran Khan é a nossa linha vermelha", acrescentou.
O partido de Imran Khan, Pakistan Tehreek-e-insaf (PTI), considerou as últimas acusações contra o líder infundadas.
"Temos sérias reservas quanto a este movimento de motivação política que está a aumentar a instabilidade no país", disse o PTI numa declaração.
O político realizou uma série de grandes comícios desde que abandonou o Governo, alertando instituições, inclusive o poderoso exército, para não apoiarem o executivo liderado por um dos rivais políticos de longa data, Shehbaz Sharif.
No domingo, criticou um magistrado que assinou o mandado de captura de um funcionário do PTI, detido há uma semana e que os líderes do partido afirmaram ter sido torturados sob custódia.