Vaticano – O Papa Francisco pede que se considere uma Papa reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) ao mesmo tempo que apela à paz universal no novo livro que celebrará o 10º aniversário do seu pontificado que se lança terça-feira.
De acordo com um extracto do novo livro lido pelo diário italiano 'La Stampa', o Papa Francisco apelou às nações e povos para trabalharem juntos e construírem um mundo melhor onde reine a paz.
O Papa reflecte sobre o papel da ONU e da sua carta fundadora e salienta que o mundo de hoje não é o mesmo que a humanidade habitava durante as duas guerras mundiais do século XX.
O mundo de hoje já não é o mesmo, e por isso é necessário repensar "estas instituições para que possam responder a esta nova realidade e ser fruto do mais amplo consenso possível", escreve Francisco.
O livro, no qual colabora o jornalista Hernán Reyes Alcaide, intitula-se "Rezo a vós em nome de Deus" e chega às bancas seis meses antes do 10º aniversário do pontificado de Francisco, que será celebrado a 13 de Março de 2023.
Em Espanha, o livro será publicado em Novembro pela editora 'Mensajero'.
Na obra, o Pontífice apela também para uma condenação inequívoca da guerra depois de ter banido o conceito de guerra justa.
Desta forma, recorda que a Igreja rejeita a ideia de que os conflitos bélicos podem resolver problemas entre nações, considerando que as guerras são "sempre uma derrota para a humanidade".
Na publicação, Francisco admite que a guerra na Ucrânia revelou dramaticamente os horrores que resultam do conflito e insiste que há "uma terceira guerra mundial a ser travada pouco a pouco", e que ameaça expandir-se para um conflito global em grande escala.
Considera ainda que a guerra na Ucrânia corre o risco de desencadear a destruição nuclear.
"Possuir armas nucleares é imoral", reitera, afirmando que essas armas minam os caminhos do diálogo e põem em risco a sobrevivência da humanidade na Terra.
Numa reflexão sobre a disseminação de armas, o Papa condena uma vez mais a comercialização destas como um dos "piores escândalos morais da época actual".
Por conseguinte, reitera que o diálogo e a esperança são as únicas formas possíveis de resolver conflitos e convida todos os países a empenharem-se no "diálogo, negociações, escuta, diplomacia criativa e política clarividente que possa construir para um sistema que não se baseie no poder das armas ou na dissuasão".