Vaticano - O Papa Francisco pediu domingo uma oração "pela unidade e pela paz em Itália", no primeiro dia do Governo de Giorgia Meloni, empossada primeira-ministra italiana no sábado pelo Presidente da República, Sergio Mattarella.
“Hoje, no início de um novo Governo, rezemos pela unidade e pela paz de Itália", pediu Francisco na oração do Angelus deste domingo.
A líder do partido Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, recebeu hoje das mãos do já ex-primeiro-ministro Mario Draghi o simbólico sino que remata a cerimónia de transferência de poderes e conclui a sua ratificação como primeira-ministra do país, a primeira mulher a exercer o cargo na história de Itália.
O novo Governo italiano, de extrema-direita, formou-se devido aos apoios da Liga e do Forza Italia, o partido de Silvio Berlusconi.
O Papa partilhou ainda a sua preocupação pela "persistente" situação de conflito na Etiópia e sublinhou que "a violência não resolve as discórdias, apenas acrescenta trágicas consequências", pelo que fez um apelo.
"A quem tem responsabilidades políticas para que cesse o sofrimento das populações desarmadas e para que se encontrem soluções justas para uma paz duradoura no país", disse.
O chefe de Estado do Vaticano lamentou também as inundações que se registaram nos últimos dias em África.
De acordo com a organização humanitária UNICEF, no caso da Nigéria, mais de 2,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, tendo sido deslocadas 1,3 milhões de crianças e pelo menos 600 pessoas morreram.
"Estou próximo dos milhões de deslocados e espero um compromisso maior comum para evitar estas situações", defendeu Francisco.
O chefe da Igreja Católica elogiou ainda o exemplo dos 12 redentoristas espanhóis beatificados no sábado, que foram assassinados em 1936, no início da Guerra Civil espanhola, apelando a que o seu exemplo encoraje a coerência.
"Ontem (sábado) em Madrid foram beatificados Vicente Renuncio Toribio e outros 11 companheiros da Congregação do Santíssimo Redentor, assassinados por ódio à fé em 1936 em Espanha", recordou.
"Que o exemplo destes testemunhos de Cristo, até ao derramamento de sangue, nos encoraje a sermos coerentes e valentes", acrescentou, manifestando esperança de que sirva de apoio "a todos aqueles a quem custe hoje disseminar o Evangelho no mundo".
Francisco terminou pedindo "um aplauso aos novos beatos" aos fiéis que escutavam na Praça de São Pedro, no Vaticano.
O cardeal Marcelo Semeraro, prefeito do Dicastério para a Causa dos Santos, presidiu no sábado, na catedral de Almudena de Madrid, à beatificação dos 12 religiosos, assassinados nos primeiros meses da Guerra Civil.