Budapeste - O Papa Francisco denunciou esta sexta-feira, em Budapeste, os riscos dos nacionalismos e o "infantilismo belicoso" de alguns países e defendeu o cuidado no acolhimento de imigrantes e a protecção das minorias.
Durante o seu primeiro discurso na capital hungaro, proferido perante o primeiro-ministro, Viktor Orban, o chefe da Igreja Católica denunciou as ameaças políticas emergentes.
"Os nacionalismos voltam a criar ruído", lamentou o Papa, referindo que a política internacional "está a regredir para uma espécie de infantilismo beligerante", pelo que, neste complexo cenário, "é fundamental redescobrir a alma europeia".
O Papa Francisco mostrou-se preocupado com a tendência dos países e os povos "se fecharem em si mesmos" e insistiu na "necessidade de abertura aos outros", numa evidente referência à questão das migrações.
Francisco recordou o espírito da Constituição húngara, que apela ao respeito pelas minorias, dizendo que "é verdadeiramente evangélico, contrariando uma certa tendência, por vezes justificada em nome das tradições e até da fé, de fechar-se em si mesmo", acrescentou.
Com Viktor Orban no poder, a Hungria construiu muros nas suas fronteiras e restringiu a apresentação de pedidos de asilo, uma política que lhe valeu várias condenações do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE).
No ano passado, apenas 18 pessoas obtiveram o estatuto de refugiado - um número irrisório que não tem equivalente em outros países da UE. AM/DSC