Faixa de Gaza - Os palestinianos prometem destruir a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de os deslocalizar para outros países, "tal como destruíram todos os projectos de deslocação durante décadas", disse hoje um alto responsável do Hamas.
"Confirmamos que o nosso povo, com todo o seu apoio, é capaz de reconstruir Gaza", afirmou Bassem Naïm, membro do gabinete político do movimento islamita palestiniano, contactado telefonicamente pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
A proposta de Trump foi também rejeitada pela Jihad Islâmica, movimento islamita palestiniano aliado do Hamas em Gaza, que num comunicado.
Sublinhou que a ideia de transferir palestinianos para países da região encoraja os "crimes de guerra e crimes contra a humanidade".
"(As) declarações deploráveis (de Donald Trump) alinham-se com os piores aspectos da agenda da extrema-direita sionista e continuam a política de negar a existência (...) do povo palestiniano", acrescentou o movimento.
Insistindo que as palavras do Presidente dos EUA encorajam "a perpetração contínua de crimes de guerra e crimes contra a humanidade".
No sábado, a bordo do avião presidencial, Trump defendeu que as nações árabes deveriam receber mais refugiados palestinianos da Faixa de Gaza, retirando potencialmente uma parte suficiente da população para "simplesmente limpar" o território.
Trump disse aos jornalistas que mencionou o plano num telefonema com o rei Abdullah II, da Jordânia, e que falaria hoje com o Presidente do Egipto, Abdel Fattah el-Sissi.
"Gostava que ele levasse as pessoas. Gostaria que o Egipto acolhesse pessoas. Estamos a falar de, provavelmente, um milhão e meio de pessoas, e simplesmente limpamos tudo e dizemos: 'Acabou'", acrescentou o chefe de Estado norte-americano.
Trump elogiou a Jordânia por ter aceitado mais refugiados palestinianos após o início da guerra entre Israel e o movimento palestiniano Hamas.
"Adorava que aceitasse mais (palestinianos), porque estou a olhar para a Faixa de Gaza inteira agora e está uma confusão. É uma verdadeira confusão", indicou o líder republicano, referindo-se ao que disse a Abdullah II.
Por sua vez, o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, do partido de extrema-direita, considerou "uma excelente ideia" a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de "limpar" a Faixa de Gaza e enviar palestinianos para países da região.
Depois de anos a glorificar o terrorismo, (os palestinianos) serão capazes de estabelecer uma nova e bela vida noutro lugar", acrescentou Smotrich, cujo partido é essencial para a coligação governamental de Benjamin Netanyahu, num comunicado.
Durante anos, acrescentou, os políticos propuseram "soluções impraticáveis", como a divisão de terras e a criação de um Estado palestiniano, "que põem em perigo a existência e a segurança do único Estado judeu do mundo", acrescentou.
“Só o pensamento inovador com novas soluções trará uma solução de paz e segurança. Trabalharei, com a ajuda de Deus, com o primeiro-ministro e o gabinete para garantir que haja um plano operacional para implementar isto a partir do mais próximo possível", sublinhou Smotrich. CQ/GAR