Países que armam Kyiv são responsáveis por acções perigosas, diz Lavrov

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  • Luanda • Quinta, 10 Março de 2022 | 13h57
Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov
Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov
Divulgação

Antália (Turquia) - O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, avisou hoje os países que estão a fornecer armas à Ucrânia para combater a Rússia serão responsabilizados pelas suas acções, que considerou perigosas.

"Os colegas estrangeiros, incluindo a UE [União Europeia], agem perigosamente entregando armas mortíferas à Ucrânia", disse Lavrov, citado pela agência turca Anadolu.

"Estes países estão a criar um perigo colossal, inclusive para eles próprios", disse Lavrov, mas sem ameaçar com retaliações, segundo a agência francesa AFP.

Lavrov falava numa conferência de imprensa na cidade turca de Antália depois de se ter reunido com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, sob mediação do ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Çavusoglu.

O chefe da diplomacia russa referiu-se, em particular, à entrega de mísseis terra-ar à Ucrânia, alertando para o risco de serem utilizados contra a "aviação civil".

"Para onde irão estes milhares de sistemas portáteis [de mísseis] terra-ar, é uma pergunta que fazemos aos nossos colegas da UE", disse Lavrov.

Em 17 julho de 2014, um míssil russo destruiu um avião comercial da Malásia quando sobrevoava a região ucraniana de Donetsk, provocando a morte das 298 pessoas que seguiam a bordo, num ataque atribuído às forças separatistas pró-russas.

Na conferência de imprensa, Lavrov desafiou as sanções decretadas contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia, há duas semanas, afirmando que o país tem "mercado suficiente" para a sua energia".

"E sempre teremos", disse, citado pela agência espanhola EFE.

Lavrov acusou o Ocidente de "utilizar petróleo e gás como arma" contra a Rússia e disse que Moscovo "nunca o fez".

"O Ocidente está a tentar utilizar a Ucrânia para minar a nossa economia, mas não conseguirá", disse Lavrov.

O diplomata russo reiterou a sua opinião de que os Estados Unidos da América (EUA) lideram o Ocidente como um todo.

"Nunca mais vamos depender do Ocidente (...). Sabemos que nos trairá novamente, tal como trai os seus próprios valores", afirmou.

Lavrov disse também que a reação do Ocidente à invasão da Ucrânia, que Moscovo descreve como uma "operação militar especial", reflete aquilo a que chamou "uma russofobia" ou "histeria antirrussa".

Tal comportamento, na opinião de Lavrov, estende-se "aos meios de comunicação social", que acusou de refletiram apenas "o ponto de vista ucraniano".

Numa conversa com o ministro turco divulgada pela televisão russa Rossiya-1 e citada pela agência TASS, Lavrov falou sobre o tempo fresco na estância turística de Antália e comentou que "uma paz fria é melhor do que uma guerra fria", numa alusão ao relacionamento entre o Ocidente e a antiga União Soviética.

Os Estados-membros da União Europeia (UE) e países como EUA, Reino Unido, Japão ou Austrália decretaram duras sanções económicas contra a Rússia na sequência da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

As sanções incluem a suspensão de importações de combustíveis russos pelos EUA e o Reino Unido, bem como a suspensão da entrada em funcionamento do gasoduto Nord Stream 2, que iria transportar gás russo diretamente para a Alemanha.

Muitas empresas globais suspenderam as suas operações na Rússia, que também está a ser alvo de boicotes internacionais em áreas como o desporto ou a cultura.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 15.º dia, provocou um número ainda por determinar de vítimas, tanto civis como militares.

Mais de 2,3 milhões de pessoas fugiram da guerra na Ucrânia para os países vizinhos em duas semanas.



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