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Oposição georgiana pede à UE sanções e que declare o governo "ilegitimo"

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  • Luanda • Domingo, 15 Dezembro de 2024 | 19h17
Bandeira da Geórgia
Bandeira da Geórgia
Divulgação

Tbilisi - A oposição georgiana pediu este domingo à União Europeia (UE) que imponha sanções e declare "ilegítimo" o Governo daquele país caucasiano, "liderado nas sombras pelo oligarca pró-Rússia Bidzina Ivanishvili", noticiou o site Notícias ao Minuto.

"O povo georgiano resiste corajosamente ao autoritarismo apoiado pela Rússia e luta pelo seu futuro europeu e democrático", afirma a carta dirigida aos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e ao novo chefe da diplomacia comunitária, a estónia Kaja Kallas, citada pela agência noticiosa espanhola Efe.

A declaração conjunta dos quatro partidos da oposição com representação parlamentar foi conhecida depois de o novo Presidente pró-Rússia do país, Mikhail Kavelashvili, ter sido eleito no sábado, numa votação considerada ilegal pela Presidente cessante, Salomé Zurabishvili.

Zurabishvili, eleita em 2018, recusa-se a deixar o cargo por não reconhecer os resultados das eleições parlamentares de outubro, nas quais o partido no poder, Sonho Georgiano (SG), renovou a sua maioria absoluta.

Na missiva, os opositores exigem a "libertação incondicional e imediata" de todos os manifestantes, activistas e políticos detidos e "a adopção de sanções contra os funcionários responsáveis por minar a democracia com medidas repressivas".

Exigem também a limitação do regime de isenção de vistos para os funcionários ligados ao SG, no poder desde 2012 e que congelou as negociações de adesão à UE em 28 de Novembro, desencadeando os atuais protestos antigovernamentais.

No total, nas últimas semanas, mais de meio milhar de pessoas foram presas, enquanto mais de 300 ficaram feridas, incluindo 73 jornalistas, refere a Efe.

Os opositores lembram ainda que Kavelashvili, antigo jogador de futebol que se tornou político, promoveu a aprovação de leis repressivas semelhantes às normas cunhadas pela Rússia para perseguir dissidentes e homossexuais.

"Nós, os partidos políticos e coligações da Geórgia, juntamente com os manifestantes e as organizações da sociedade civil, partilhamos a opinião de que a única solução para a crise actual é a realização de novas eleições", sublinham.

Para conseguir isto, acrescentam, são necessários um novo sistema eleitoral e uma nova administração, bem como instituições estatais neutras.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE discutirão a situação na Geórgia na segunda-feira, numa reunião destinada a debater a imposição de sanções a figuras políticas georgianas, na sequência do retrocesso democrático no país.

Bruxelas congelou o processo de adesão da Geórgia e os fundos destinados ao país e está agora a estudar como aumentar o apoio à sociedade civil.CS





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