Nova Iorque - A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou, esta terça-feira, que irá lançar na quarta-feira uma campanha para angariar cerca de 136 milhões de euros para evitar o afundamento de um navio preso há anos na costa do Iémen com cerca de um milhão de petróleo bruto.
Citado pela Reuters, o coordenador das Nações Unidas no Iémen, David Gressly, disse que a campanha será organizada em Haia, com o apoio dos Países Baixos.
Apesar de procurar atingir a fasquia dos 136 milhões de euros, Gressly considerou que o valor é baixo "comparativamente ao potencial impacto catastrófico de um derrame".
"A limpeza custaria 20 mil milhões de dólares (cerca de 18 mil milhões de euros)", explicou o coordenador, que acrescentou que a missão devia estar concluída antes de setembro, evitando-se as piores condições atmosféricas.
O petroleiro Safer está preso no porto de Aden, no sudoeste do país, desde 2015. A falta de manutenção ameaçam a integridade do navio, estando em risco um desastre ambiental que pode tomar proporções gigantes.
Segundo a ONU, um derrame do petróleo a bordo do Safer poderia ser quatro vezes que o desastre ambiental de 1989, que envolveu o navio Exxon Valdez no Alasca.
As condições de vida no Iémen, devastado por uma guerra civil sangrenta, entre os rebeldes Houthi (apoiados pelo Irão) e o regime (apoiado pela Arábia Saudita), que dura há mais de sete anos, são dificílimas. Um desastre ambiental poderia afetar o fornecimento de comida e água potável para a já frágil população.
Os Houthis controlam a região de Aden, mas a coligação iemenita e saudita controla a circulação marítima. Em março deste ano, a ONU e os rebeldes assinaram um acordo para o resgate do Safer, que não é reparado desde 2015.