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ONU lança apelo para doação de mais de 674 milhões para o Haiti

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  • Luanda • Terça, 27 Fevereiro de 2024 | 21h26
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Nações Unidas - A ONU lançou hoje um apelo para doações de 674 milhões de dólares (1 dólar equivale a 828,51 Kz) para ajudar este ano 3,6 milhões de pessoas no Haiti, país devastado pela violência e por uma grave crise alimentar.

"Em 2023, a violência perpetrada por gangues armados contra a população haitiana continuou a espalhar-se no país, atingindo áreas rurais isoladas à medida que a presença do Estado diminuiu", afirma a ONU neste plano humanitário para 2024, descrevendo o aumento dos ataques de grupos violentos contra hospitais, escolas e locais de culto.

Com "a deterioração da situação de segurança, o quase colapso dos serviços básicos, o impacto de anos de seca e de choques ligados a catástrofes naturais", 5,5 milhões de haitianos, numa população total de mais de dez milhões, estarão "num estado de vulnerabilidade profunda em 2024", em comparação com 5,2 milhões em 2023.

O plano visa 3,6 milhões destas pessoas necessitadas e requer 673,8 milhões de dólares para o executar, num contexto de subfinanciamento crónico das operações humanitárias.

De acordo com o plano, 45% da população sofre actualmente de insegurança alimentar, incluindo 1,4 milhões de pessoas no nível 4 da classificação de insegurança alimentar (que vai até 5) e três milhões no nível 3. Cerca de 250 mil crianças sofrem de desnutrição aguda.

O Haiti é "um dos países do mundo onde a crise alimentar é mais grave", referem as Nações Unidas.

No início de Janeiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar consternado com o "nível surpreendente" de violência dos gangues que assola o país, observando que o número de homicídios mais do que duplicou em 2023, com quase cinco mil pessoas mortas, incluindo 2.700 civis.

Esta "violência reduziu gravemente o acesso aos serviços básicos, nomeadamente à saúde e à educação", sublinha o plano humanitário lançado hoje, citando o rapto de médicos e o encerramento de mais de 700 escolas.

E 45% da população não tem acesso a água potável, uma situação "particularmente preocupante" no contexto de uma epidemia de cólera declarada em Outubro de 2022.

Numa tentativa de ajudar a polícia sobrecarregada pela violência dos gangues, o Conselho de Segurança da ONU deu finalmente o seu acordo em Outubro para enviar uma missão multinacional para o Haiti liderada pelo Quénia, cujos detalhes ainda são aguardados. JM





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