Caracas - A ONU e os países participam nas conversações de paz entre o Governo da Colômbia e o grupo de guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) comemoraram esta segunda-feira a retoma das negociações e manifestaram esperança para uma solução, noticia hoje a Lusa.
O representante da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, saudou o "reinício das negociações", destacando através das redes sociais que o processo tem também "o apoio do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres".
Massieu fez ainda um apelo "às partes e à sociedade colombiana para que aproveitem esta oportunidade histórica e aprofundem a paz na Colômbia".
Na sua publicação, o representante da ONU na Colômbia divulgou ainda fotografias da retoma das negociações na capital venezuelana Caracas, onde esteve presente.
Também os países garantes das negociações de paz manifestaram esta segunda-feira esperança de que o diálogo seja concretizado.
Cuba, Noruega e Venezuela, que constituem o grupo de garantes das negociações, divulgaram um breve comunicado conjunto com a Igreja Católica colombiana e as Nações Unidas, estas duas últimas como convidadas.
"Agradecemos a confiança depositada em nós. Aguardamos com expectativa o processo que ocorre hoje. Sem dúvida, é um passo importante para alcançar a paz na Colômbia", sublinharam.
Antes, numa declaração conjunta, Governo e ELN concordaram em "retomar com plena vontade política e ética o processo de diálogo político", entendido como uma reivindicação "dos territórios rurais e urbanos que sofrem violência e exclusão".
Da mesma forma, prometeram "construir a paz com base numa democracia com justiça, com mudanças tangíveis, urgentes e necessárias" que resultem da mesa de negociações.
As partes pretendem também "dar a maior participação possível e efectiva" à sociedade, "priorizando sectores historicamente marginalizados e abandonados para um presente e futuro digno, com plenos direitos e autêntica democracia", de acordo com o comunicado lido aos jornalistas numa conferência de imprensa.
Também acreditam que "a construção da paz, como política de Estado, transcende a temporalidade", pelo que privilegiarão "compromissos permanentes e verificáveis que semeiam a certeza de uma nova cultura de paz, fundada em mudanças reais, que permitem a superação da violência política e suas causas".
O Governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional retomam o caminho do diálogo para alcançar a paz, suspenso desde 2018, com a chegada à Presidência da República de Iván Duque.
E, definitivamente abandonado após um atentado do ELN a uma escola de Polícia em Bogotá em 2019, que fez 23 mortos e quase cem feridos.
Agora, o novo chefe de Estado, Gustavo Petro, insistiu em repetidas ocasiões na necessidade de chegar a acordo sobre o fim dos confrontos e mostrou-se, inclusive, a favor de alcançar um pacto de "paz total" com todos os agentes armados da Colômbia.