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ONG regista libertação de mais 138 presos políticos na Venezuela

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  • Luanda • Domingo, 29 Dezembro de 2024 | 13h04
Mapa da fronteira entre a Venezuela e a Calômbia
Mapa da fronteira entre a Venezuela e a Calômbia
Divulgação

Caracas - A organização não-governamental (ONG) Comité pela Liberdade dos Presos Políticos (CLPP) disse que mais 138 detidos no contexto da crise pós-eleitoral na Venezuela foram libertados nas últimas horas, noticiou o site Notícias ao Minuto.

A CLPP disse no sábado, na rede social X, que familiares confirmaram a libertação de 59 pessoas da prisão de Tocorón, no estado de Aragua (centro--norte), e 79 da prisão de Tocuyito, no estado de Carabobo (norte), incluindo 19 mulheres.

No entanto, a ONG denunciou que os libertados "ainda são obrigados a assinar um documento no qual declaram que os seus direitos humanos foram respeitados" e, se "não o fizerem, não recebem o documento emitido pelo tribunal que lhes concede liberdade condicional".

Também na rede social X, o ex-governador da oposição César Pérez Vivas acusou o Governo de "obrigar os presos políticos libertados nas últimas horas a anunciar que foram bem tratados nas prisões, que receberam cuidados médicos e alimentação de qualidade".

Pérez Vivas assegurou que vários "estão a ser obrigados a comparecer em Caracas", no início de janeiro para "participar num evento público onde devem dizer que foram pagos para ir aos protestos de 29 de julho ou que (a líder da oposição) María Corina [Machado] lhes ordenou que praticassem atos de violência".

"Todo um roteiro para continuar a justificar a violência oficial e o terrorismo judicial contra os cidadãos. Devem continuar a apresentar-se. Não há liberdade total. É um protocolo para manter sob chantagem aqueles cidadãos que nunca deveriam ter sido presos", acrescentou o membro da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária Democrática.

Na quinta-feira, uma outra ONG venezuelana, o Fórum Penal (FP), denunciou que estão detidas no país, por motivos políticos, 1.849 pessoas, o número mais elevado desde 2000.

De acordo com o FP, 1.628 presos políticos são homens e 221 mulheres, sendo que 1.687 são civis e 162 militares, de diferentes ramos das Forças Armadas. O FP acrescentou que todos os 1849 prisioneiros são adultos.

Na última semana, adiantou a FP, registaram-se 15 novas detenções e 43 libertações, enquanto mais de nove mil outras pessoas continuavam "submetidas arbitrariamente" a restrições à sua liberdade.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao actual Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.

O próximo Presidente da Venezuela tomará posse a 10 de Janeiro de 2025 para um mandato de seis anos.CS
 





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