Washington - O novo embaixador chinês em EUA, Xie Feng, pediu hoje "mais diálogo" entre China e Estados Unidos e prometeu assumir a "pesada responsabilidade" de gerir os "sérios desafios" que a relação bilateral enfrenta, noticia a Agência France Presse.
Xie, um diplomata de carreira com longa experiência em Washington, aterrou em Nova Iorque na terça-feira, anunciou a embaixada chinesa, em comunicado.
Vai substituir Qin Gang, que foi nomeado este ano ministro dos Negócios Estrangeiros.
"As relações China-EUA estão a atravessar grandes dificuldades e enfrentam desafios sérios", disse Xie, segundo a mesma nota.
"Sinto um glorioso sentido de dever e uma pesada responsabilidade. Os meus colegas e eu vamos enfrentar as dificuldades, assumir as nossas responsabilidades e cumprir a nossa missão", acrescentou.
O embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, afirmou, na rede social Twitter, ter oferecido um "jantar de despedida" a Xie antes da partida, num período de "difícil relação entre os Estados Unidos e a China".
"Estou ansioso para trabalhar com Xie na nova função", acrescentou o diplomata.
O Departamento de Estado norte-americano deu também as boas-vindas ao novo representante chinês no país e destacou o compromisso em manter canais de comunicação com Beijing.
"Queremos trabalhar com o embaixador designado e a sua equipa", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em conferência de imprensa.
Antes de poder iniciar oficialmente o seu trabalho, Xie deve apresentar credenciais ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, processo cuja data é definida pela Casa Branca.
Segundo a biografia oficial, Xie Feng, de 59 anos, é oriundo da província de Jiangsu, uma das mais prósperas do país.
Desempenhou anteriormente o cargo de vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e de representante do Ministério em Hong Kong.
Engenheiro de formação, Xie entrou para o corpo diplomático chinês em 1986, passando um longo período no gabinete para os assuntos norte-americanos do Ministério.
Esteve colocado duas vezes em Washington, no início dos anos 2000, antes de se tornar embaixador na Indonésia.
As relações entre a China e os Estados Unidos deterioraram-se nos últimos anos, devido às tensões comerciais, tecnológicas, de direitos humanos, Taiwan, Hong Kong ou a soberania do mar do Sul da China.
Nos últimos meses, as tensões agravaram-se com o derrube em território norte-americano de um balão da China alegadamente usado para fins de espionagem, a posição de Beijing sobre a guerra na Ucrânia e a possível proibição nos EUA da aplicação de vídeo TikTok, desenvolvida pela empresa chinesa ByteDance. CNB/GAR