Moscovo - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje que as negociações de paz com a Ucrânia estão num "beco sem saída" e disse que as mortes na cidade de Bucha, na região de Kiev, são falsas.
A declaração foi dada numa entrevista colectiva num aeroporto no leste da Rússia.
No seu pronunciamento, Putin disse que a Ucrânia mudou a sua posição após a ronda de negociações realizada em Istambul, no dia 29 de Março, para uma que não era mais aceitável para Moscovo.
Embora haja indicações de que a Ucrânia tenha adoptado novamente esta semana uma postura mais construtiva, disse ele, a "operação militar da Rússia continuará até a sua conclusão total" e seus objectivos sejam alcançados.
Putin também voltou a dizer a invasão da Ucrânia é uma "operação militar especial" e afirmou que ela estaria sair "de acordo com o plano".
"Vamos agir de forma rítmica e calma, de acordo com o plano inicialmente proposto pelo Estado-Maior", disse o presidente russo. "O nosso objectivo é ajudar as pessoas que vivem em Donbass, que sentem o seu vínculo inquebrável com a Rússia", acrescentou.
Repetindo o discurso que tem feito desde o início da guerra, em 24 de Fevereiro, ele afirmou que a Rússia não tinha escolha a não ser invadir a Ucrânia porque um confronto com "neonazistas" treinados no Ocidente era inevitável. "O que está a acontecer na Ucrânia é uma tragédia", disse Putin.
O presidente russo quebrou o silêncio de dias sem aparecer publicamente ao visitar o Cosmódromo de Vostochny, no extremo Oriente da Rússia.
Durante o discurso do líder russo, que aconteceu depois de se encontrar com o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, também disse que "qualquer tentativa de impedir o nosso desenvolvimento" ou "nos isolar artificialmente da economia global" seria "inútil".