Havana - Cuba foi retirada da lista dos Estados Unidos de países patrocinadores do terrorismo, uma decisão da Casa Branca comemorada quarta-feira por líderes mundiais e organizações sociais que também exigem o fim do bloqueio norte-americano.
A medida anunciada quarta-feira pelo governo Joe Biden foi recebida com satisfação em diversos países, especialmente na América Latina, incluindo Venezuela, Colômbia e Bolívia, além de representantes de movimentos de solidariedade à nação caribenha.
O governo bolivariano do presidente Nicolás Maduro descreveu a acção dos EUA como limitada e sustentou que tal designação nunca deveria ter sido aplicada à ilha caribenha. Nesse sentido, destacou a necessidade de desmantelar o bloqueio económico, financeiro e comercial que afeta a sociedade cubana há mais de 60 anos.
Por sua vez, o chefe de Estado da Bolívia, Luis Arce, elogiou a decisão dos EUA e afirmou que “a razão, a verdade e a justiça prevaleceram” após a “inclusão unilateral, arbitrária e infame (naquela lista) em 2021”, afirmou o dignitário na sua conta X.
Noutra vertente, o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também comemorou a exclusão de Cuba "dessa monstruosidade" que os Estados Unidos estão a criar unilateralmente.
O presidente considerou que eliminar medidas punitivas, mesmo que parcialmente, constitui um progresso. O Ministério das Relações Exteriores daquele país expressou o seu agradecimento ao povo cubano por seu apoio irrestrito nos processos de negociação e diálogo necessários para alcançar a convivência pacífica na Colômbia.
“Devido à nossa firme crença no multilateralismo como princípio das relações internacionais, rejeitamos a imposição de sanções e medidas unilaterais e, portanto, juntamente com outros países aliados da região, apoiamos os esforços e solicitações para que a irmã República de Cuba seja excluídos desta lista”, acrescentou a nota daquele portfólio.
A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos comemorou a notícia e também elogiou “a eliminação pelo governo dos EUA de outras duas medidas coercitivas unilaterais”, anunciadas pela Casa Branca na terça-feira.
Segundo o bloco de integração latino-americano e caribenho, apesar do carácter limitado da decisão, ela “vai na direcção certa e em consonância com a reivindicação sustentada e firme de Cuba” e de numerosos actores internacionais, ao mesmo tempo em que favorece a nação cubana em seu caminho soberano de desenvolvimento”.
Nos Estados Unidos, a Rede Nacional sobre Cuba (NNOC) reafirmou o seu compromisso de lutar contra o bloqueio e destacou os esforços de solidariedade para alcançar o resultado tornado público quarta-feira pelo governo Biden.
A co-presidente da NNOC, Cheryl LaBash, disse à Prensa Latina que “Quando lutamos, vencemos!”, referindo-se às “muitas resoluções que representam mais de 60 milhões de pessoas nos Estados Unidos – conselhos municipais, legislaturas estaduais, sindicatos – que fizeram suas vozes ouvidas”. JM