Pretória - O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, acusou esta segunda-feira os países ocidentais de convencerem Kiev a não procurar negociar com Moscovo uma solução para a guerra na Ucrânia.
Lavrov repetiu assim, durante uma visita à África do Sul, um comentário recente do Presidente russo, Vladimir Putin, que acusou os países ocidentais de obstacularizarem negociações de paz, enquanto a Rússia rejeita repetidamente as exigências ucranianas e ocidentais, como condição para qualquer negociação, de que retire todas as forças militares da Ucrânia, que invadiu em Fevereiro de 2022.
Por seu tuno, o Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que estaria disposto a conversar com Putin, se o líder russo demonstrasse que deseja seriamente colocar um fim à invasão.
Lavrov está em Pretória para conversas com a sua homóloga sul-africana, Naledi Pandor, enquanto a Rússia tenta fortalecer os laços entre os dois países.
Lavrov encontrou-se com Pandor na capital sul-africana e deve visitar outros países africanos nesta que é a sua segunda viagem a África no espaço de seis meses.
A África do Sul continua a manter fortes laços com a Rússia, que recuam ao apoio da União Soviética ao actual partido de Governo no país, o Congresso Nacional Africano, quando este era apenas um movimento de libertação que lutava para acabar com o sistema de repressão do 'Apartheid' contra a maioria negra da África do Sul.
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.