Rússia - O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, acusou esta terça-feira o Ocidente de quebrar o acordo internacional de Istambul ao impedir a exportação de cereais e fertilizantes russos através do Mar Negro.
"Os nossos colegas ocidentais não estão a fazer o que nos foi prometido pelo secretário-geral da ONU (António Guterres)", disse Lavrov numa conferência de imprensa.
O ministro russo acusou os países ocidentais de se recusarem a tomar medidas para "levantar sanções logísticas que obstruem o livre acesso aos cereais e aos fertilizantes (russos) no mercado mundial".
Lavrov sublinhou que Moscovo está a trabalhar com a ONU para cumprir integralmente os acordos alcançados em Julho em Istambul, que criaram um corredor marítimo da costa ucraniana - que foi bloqueada pelos russos após a invasão na Ucrânia em 24 de Fevereiro - ao Mediterrâneo para a exportação de cereais ucranianos.
O acordo, selado com a mediação do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pressupunha também o fornecimento de cereais e fertilizantes russos através do Estreito de Bósforo.
Várias dezenas de navios com produtos ucranianos partiram dos portos de Odessa, Chornomorsk e Pivdenny, localizados no Mar Negro.
A Rússia - que transformou o Mar de Azov num oceano interior ao tomar os portos ucranianos de Mariupol e Berdyansk - sustenta que a sua capacidade de exportação é muito maior em relação à da Ucrânia, tornando os seus suprimentos cruciais para evitar uma crise global de alimentos.
Alguns países, especialmente os africanos, pediram o levantamento das sanções que afectam as exportações russas de cereais.